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Companhia das Lezírias diversifica produção

Por a 23 de Agosto de 2006 as 12:22

Companhia das Lezírias

A Companhia das Lezírias (CL) vai investir dois milhões de euros este ano com o objectivo de diversificar as suas fontes de receita. O custo será totalmente financiado por capitais próprios e reparte-se pelas áreas da criação de gado, direitos para a plantação de novas vinhas, aumento da produção de azeite, reflorestação do montado de sobro e rega, conforme notícia avançada pelo Público.

O reforço da actividade de criação de gado justifica-se pela retoma da produção e fornecimento de carne de qualidade para o grupo Carrefour, ao qual são actualmente vendidas oito cabeças de gado por semana. Neste âmbito, espera-se uma facturação na ordem dos 500 mil euros, e prevê-se iniciar em Setembro próximo o fornecimento de carne biológica à cadeia francesa.

No vinho, a empresa vai substituir 15 hectares dos 120 que já explora e plantar novas videiras noutros 10, ao passo que os 30 hectares de olival já existentes serão aumentados em mais 16. Isto porque, na área da produção oleícola, a CL foi convidada pela Sovena (grupo Nutrinveste) a exportar azeite para o Brasil, aproveitando assim a parceria já existente entre as duas empresas para a exportação de vinho para diferentes países. Tal deverá acontecer ainda este ano, em garrafas de 25cl que servirão também para a restauração local.

No cultivo de arroz existe a possibilidade de um contrato com a Nestlé para a compra de «arroz de produção integrada, com pesticidas de baixa toxicidade, com fertilização e águas de qualidade». O grupo suíço «está neste momento a fazer uma auditoria muito profunda» à maneira como o cereal é produzido e transformado, declara Vítor Barros, presidente da CL desde Dezembro de 2005. A verificar-se o negócio, a Nestlé juntar-se-á às papas de bebé Milupa, do grupo holandês Numico, da qual a CL já é fornecedora.

Com estes investimentos, a CL espera terminar o ano com as receitas duplicadas, num total de quatro milhões de euros. Em mente Vítor Barros tem a apresentação de contas ao Estado, numa altura em que espera uma redução de cerca de 120 mil euros nos proveitos da empresa, motivada pela suspensão do pagamento das medidas agro-ambientais para todos os agricultores.