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Tendência crescente

Por a 1 de Junho de 2006 as 14:00

Tendência crescente

O mercado português está a consumir mais ovos a preços mais baixos. A classe M domina as vendas embora a classe L apresente o melhor desempenho. Este subsegmento cresceu 16 pontos percentuais em volume e 10 em valor e já representa 33% do volume total do mercado dos ovos de galinha.

O mercado dos ovos de galinha em Portugal vale cerca de 26 milhões de euros, o que significa que cresceu 7 por cento face ao exercício homólogo, segundo a AC Nielsen. Em quantidade, as vendas cresceram 11 pontos percentuais para 264 milhões de ovos comercializados. Ou seja, venderam-se mais ovos a preços mais baixos. “Este sector é muito dinâmico e tem crescido de forma sustentada e cada vez mais concentrada graças à automatização dos processos de produção, recolha e embalamento dos ovos que tem transferido as pequenas para as grandes produções”, explica o secretário-geral da Casa do Aido, Luís Costa.

A produção de ovos de galinha para consumo subiu 2,3 por cento em Fevereiro deste ano face ao mês homólogo de 2005, registando 6,8 mil toneladas, segundo o Boletim Mensal de Agricultura e Pescas do Instituto Nacional de Estatística. No ano passado, a produção de ovos atingiu 87 mil toneladas. O tamanho médio (M) domina o mercado com 142 milhões de unidades vendidas, uma subida de 9 pontos percentuais face ao exercício transacto. Em valor, as vendas fixaram-se perto dos 13 milhões de euros, mais 5,5 por cento em relação ao ano anterior. Este subsegmento representa metade do volume e do valor do mercado de ovos de galinha.

Classe L a subir

Os ovos que apresentam crescimentos mais significativos são os da classe Grande (L), que sobem a ritmo de duplo dígito nos dois indicadores, 16% em volume e 10% em valor. Foram comercializados quase 88 milhões de unidades deste tipo de ovos, o que representa vendas próximas dos nove milhões de euros. A descer nos dois indicadores e também o subsegmento com menor expressão no mercado dos ovos de galinha, está a classe pequena (S). Os portugueses compraram 1,7 milhões de unidades deste tipo de ovo, que representa uma descida de 6 por cento face ao ano anterior, o que fixa as vendas nos 143 mil euros, menos 22 pontos percentuais face ao ano passado.

Por último, a classe XL registou vendas próximas das 33 milhões de unidades, mais 9% do que no exercício anterior, fixando as vendas em valor nos 4,3 milhões de euros, mais sete por cento face ao exercício homólogo. Os ovos especiais desceram três pontos em cada um dos indicadores. Foram comercializadas 1,3 milhões de unidades deste tipo de ovos o que representa vendas na ordem dos 128 mil euros.

De acordo com Luís Costa, o ovo “não é valorizado pelo sector em proporção ao valor que o produto dá à cadeia de valor”. O responsável aponta como exemplo “ser uma fonte de proteína que mais nenhum outro produto consegue fornecer ao organismo”. O facto de ter “um período curto de vida também não ajuda à valorização”. Com efeito, surgiram no sector “fórmulas de apresentação do ovo que tornaram mais fácil a sua conservação, como o ovo líquido, refrigerado, congelado e em pó. São os ovoprodutos, ou seja, produtos obtidos a partir do ovo, clara ou gema, depois de retirada a casca e as membranas, que podem ser complementados com outros alimentos ou aditivos. Podem encontrar-se em estado líquido, concentrado, desidratado, cristalizado, congelado e ultra-congelado.

Etapas de produção

A casa do Aido dedica-se à produção, classificação, inspecção e comercialização de ovos industriais, biológicos, de codorniz e ómega 3. Luís Costa explica as várias etapas da produção: “As pintas chegam aos pavilhões com um dia de idade. Conforme o tipo de produção a que estão destinadas, são encaminhadas para pavilhões de bateria ou de solo com ambiente controlado em termos de temperatura e luz. Com alimentação à base de cereais, facilmente atingem os parâmetros de robustez e saúde antes da postura. Na maioridade são distribuídas pelos pavilhões de postura. As galinhas em bateria permanecem dentro do pavilhão e as do campo têm acesso diário à zona exterior, uma área coberta de ervas que também consomem. Já as biológicas, alimentam-se a ração biológica e também dispõem de uma zona exterior que obedece aos parâmetros da agricultura biológica”.

Quanto aos ovos, “são recolhidos dos pavilhões, depois de identificados, para o Centro de inspecção e Classificação de Ovos, onde são inspeccionados e classificados por qualidade, embalagem e tamanho. O centro tem instalado o sistema de controlo HACCP (Regulamento de Higiene dos Géneros Alimentícios). É aqui que todos os ovos são marcados com o código do aviário produtor, assim como nas embalagens é afixada a data de validade, ou seja, 28 dias após a data de postura”, acrescenta o secretário-geral da Casa do Aido.