Distribuição

Desenvolvimento implica concentração?

Por a 9 de Maio de 2006 as 16:37

Os níveis de concentração do mercado retalhista reflectem o seu estágio evolutivo. De facto, é nos mercados mais desenvolvidos que encontramos a maior contribuição dos cinco maiores operadores para o volume de negócios total do sector. A nível europeu, as assimetrias são ainda evidentes.

Existem grandes diferenças quando analisamos o mercado retalhista de cada país europeu, não só ao nível dos formatos explorados e dos grupos presentes em cada um como nos níveis de concentração empresarial. A Escandinávia, reconhecida como um mercado com elevados níveis de desenvolvimento, a que se junta, na mesma lógica, a Suiça, são as regiões que apresentam maior contribuição por parte dos principais operadores. Na Finlândia, por exemplo, os cinco maiores retalhistas são responsáveis por 90% das vendas, enquanto na Suiça, Suécia e Noruega os números também atingem cifras semelhantes.

Por contraponto, os novos estados-membro, nomeadamente no Leste e Centro europeus, apresentam níveis à volta dos vinte pontos percentuais, o que reflecte o menor desenvolvimento do sector retalhista nesses mercados. A excepção é a Eslovénia, onde os cinco maiores operadores valem 81,6 por cento do volume de negócios. A Bulgária e a Roménia, então, são países com índices de concentração abaixo dos vinte pontos percentuais.

Os países do Sul da Europa encontram-se todos a meio da escala, com variações entre os 65% de Espanha e Portugal e os 36% da Itália, ao que se junta 47% na Grécia. Ou seja, mesmo assim existem diferenças significativas, com a Península Ibérica claramente mais concentrada. Portugal e Espanha encontram-se ligeiramente acima do que verificamos na Holanda ou Reino Unido, mas abaixo de Alemanha e França, onde os níveis de concentração ascendem já aos 70 por cento.

Nesse sentido, e embora os maiores níveis de concentração espelhem de facto um maior desenvolvimento nos mercados, também deve ser assinalado que esta não é uma equação matemática, ficando muito dependente das especificidades dos próprios países em questão. Como exemplo, verificamos os números do Reino Unido e da Holanda por comparação, por exemplo, com Portugal e Espanha.