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Herdade da Mingorra agita mercado

Por a 5 de Maio de 2006 as 12:19

A Adega da Herdade da Mingorra é uma das maiores novidades do ano do sector vitivinícola nacional. Não pelo facto de se tratar de um produtor alentejano, mas porque o projecto liderado por Henrique Uva assenta em vinhas com quase três de décadas de história, uma salutar raridade na região. Seis vinhos já estão no mercado nacional e os resultados até superam algumas das expectativas mais optimistas, refere a administração.

Entre vinha velha e nova, são 135 hectares. Os primeiros frutos deste trabalho entraram no mercado nacional ainda em 2005, nomeadamente com a marca Terras de Uva’2004, nas versões tinto e branco, com o Alfaraz Rosé Aragonês’2004, com o Alfaraz Branco Reserva’2004, com o Alfaraz Tinto’2004 e o Alfaraz Reserva Tinto’2003. Mais novidades estão agendadas para o final do primeiro semestre de 2006, nomeadamente na linha dos mono e bivarietais, com a marca Alfaraz. O Vinhas da Ira Tinto 2004 perfila-se como uma das marcas topo de gama do projecto de Henrique Uva. Com um ano de estágio em barrica e igual período de estágio em garrafa, é caso para dizer que o próprio vinho é que vai determinar a sua data de lançamento.

Inovador promete ser o Uvas Castas 2004 Tinto. Um produto de eleição, pois vai juntar castas provenientes de duas regiões distintas: Alentejo e Douro, nomeadamente Tinta Barroca, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Alicante Bouschet. Como não há impaciência para o seu lançamento, só o tempo é que vai determinar essa data.

A título de curiosidade, sublinhe-se que apesar da história vitícola da Herdade da Mingorra já ser longa, só em 1998 é que foram dados os primeiros passos como produtor, com o objectivo claro de avaliar o potencial da matéria-prima. O vinho Montes Pelados foi o resultado dessa experiência. A marca alcançou um sucesso interessante, o que aliado à não renovação do contrato de fornecimento de uvas, à Herdade do Esporão, em 2003, redundou na criação de uma adega.

Criada com o propósito exclusivo de vinificar uvas próprias, pois não há a intenção de trabalhar uvas de outras origens, trabalha processos de vinificação de vários níveis, desde os menos onerosos, mas com produções superiores, até aos mais onerosos, embora com produções mais limitadas. No total, o investimento foi na ordem dos 2.250.000 euros (quase meio milhão de contos) com o condão de ter sido estudado de modo a preservar as técnicas tradicionais, ainda que em perfeita consonância com a mais alta tecnologia.