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Cosmética consolida valor de mercado

Por a 17 de Março de 2006 as 16:21

Cosmética consolida valor de mercado

O mercado da cosmética tem razões para sorrir. Os portugueses estão cada vez mais preocupados em conservar e exibir uma pele sempre jovem. Os números falam por si: os cremes para o rosto cresceram a um ritmo de 13% em quantidade no ano passado. Na área da maquilhagem, por sua vez, destaca-se a subida em valor, na ordem dos 6%.

O mercado dos cremes para o rosto registou um crescimento de 13% em 2005, quer em volume quer em valor, face ao exercício anterior. Em 2004, este sector tinha registado subidas menos significativas, 6% em quantidade e 3 pontos em valor, em relação ao ano de 2003, de acordo com dados disponibilizados pela Henkel, citando como fonte a consultora Nielsen. Na base desta evolução está o dinamismo que caracteriza este mercado. «Sucessivos lançamentos e relançamentos de produtos, em que os ciclos de vida se tornam progressivamente mais curtos, assim como a constante aposta na inovação», explica Catarina Herdade, responsável de marketing pela marca Diadermine no Grupo Henkel.

Quando questionada sobre as tendências deste mercado, a responsável explica que «ao longo dos últimos anos os produtos de tratamento têm vindo a ganhar um peso preponderante em valor relativamente aos produtos de limpeza da pele». Segundo a mesma fonte, «os produtos de tratamento cresceram 69% em 2005» face a 2004 e «os produtos de limpeza 32%» no mesmo período.

Por outro lado, «as novidades do mercado de alta selecção rapidamente se transferem para o mercado de grande consumo», esclarece a responsável. Para fundamentar esta última tendência, Catarina Herdade recorre aos números: os hipermercados representavam em 2005 aproximadamente 48% das vendas deste mercado. Por sua vez, os supermercados 46% e os pontos de venda tradicionais 6 pontos percentuais. A Henkel comercializa a marca Diadermine, e está presente nos principais segmentos no mercado dos cremes para o rosto. No ano passado a «Diadermine detinha 10,3% deste mercado em Portugal».

Anti-rugas vendem 10 milhões

Segundo o ano móvel Novembro/Dezembro 2005 da consultora Nielsen, do conjunto de cremes para o rosto destaca-se em termos de crescimento o subsegmento dos cremes de tratamento para os olhos. Estes produtos apresentaram uma subida, quer em volume quer em valor, na ordem dos 22%, com as vendas em valor a atingirem 1,8 milhões de euros. Na segunda posição está o subsegmento tratamento anti-rugas. Cresceu 18% em quantidade para quase um milhão de unidades vendidas no período em análise. As vendas em valor cifraram-se em mais de 10 milhões de euros, com o subsegmento a subir 20% face ao ano passado. Logo de seguida, com um crescimento de 13%, surgem os cremes de tratamento de dia que, no conjunto de produtos para aplicar no rosto, regista o maior número de vendas, ou seja, mais de 1,2 milhões de unidades. Em valor, aumentou as vendas em 11%, para mais de 9 milhões de euros. O subsegmento tratamento/noite desceu 1,4% em valor, com as vendas a atingirem um montante global de 1 milhão de euros. Em volume, a alteração não foi significativa (+0,8%). No que diz respeito ao creme de tratamento para os lábios, estes apresentaram o pior comportamento no sector da cosmética, a descer 100% em quantidade e em valor.

Do conjunto dos cremes, leites e loções para limpeza do rosto, apenas o subsegmento cremes revela comportamento positivo no período analisado pela consultora. Estes produtos cresceram 28% em volume e 23% em valor, com as vendas a atingirem um montante na ordem dos 2,6 milhões. Os leites e loções perdem nas vendas em valor 3,6 e 1,6 pontos percentuais, respectivamente. De salientar que em quantidade o subsegmento loções permanece quase inalterado face ao exercício anterior (+0,3%), mas os leites desceram dois pontos percentuais. Quanto aos tónicos, estes apresentaram uma quebra superior a 40 por cento, quer em volume, quer em valor. Por último, o subsegmento das bandas (patchs) para o rosto apresentou um comportamento de vendas peculiar quando comparado com os restantes subsegmentos: cresceram 65 por cento em quantidade e 165 pontos em valor.

Categoria unhas com balanço positivo

Ainda segundo a consultora, no período em análise, o mercado dos produtos de maquilhagem cresceu 5,5% em Portugal, o que representa um valor próximo dos 18 milhões de euros. No entanto, a subida em volume revelou-se menos significativa. Tendo em conta este índice, este mercado registou mais de 4 milhões de unidades vendidas, com uma variação positiva de 1%.

Do leque de produtos que fazem parte do segmento da maquilhagem, destacam-se, com maior número de unidades vendidas, os produtos para retirar o verniz das unhas, leia-se acetona, que na análise da consultora encontram-se incluídos na área da maquilhagem. As vendas em quantidade atingiram 1,6 milhões de unidades, registando uma variação positiva de 1,5%. Em valor, estes produtos subiram 5% face ao exercício anterior, com as vendas a atingir mais de 1,6 milhões de euros.

Logo a seguir, no ranking de produtos de maquilhagem mais vendidos, encontram-se os vernizes, com mais de 750 mil unidades. A variação, quer em volume quer em valor, revelou comportamento contrário ao registado no subsegmento anterior, com o índice volume a registar maior subida em quantidade que em valor. Assim, a quantidade de vernizes vendida subiu 7,4% para um crescimento de 3,4 pontos em valor. Ainda na área dos produtos para as unhas, os produtos para corrigir defeitos e pequenas maleitas nas unhas cresceram 19% para 78 mil unidades vendidas e registaram variação positiva de 23 pontos, em valor, face ao exercício anterior.

Pós para rosto em crescimento

O subsegmento que registou maior subida na área da maquilhagem, quer em quantidade quer em valor, é o dos pós para o rosto, apresentando variação positiva de 54 e 49 pontos percentuais, respectivamente. No entanto, o número de unidades vendidas é reduzido, não ultrapassa as 34,7 mil unidades, para um valor de vendas de 330 mil euros. Não obstante, trata-se de um subsegmento em crescimento significativo. A quebrar 15 pontos percentuais em quantidade encontram-se três subsegmentos, a saber: endurecedor de unhas, contorno para lábios e blush. No que diz respeito ás vendas em valor também o comportamento é negativo, a registar descidas entre dez e treze pontos percentuais.

Os subsegmentos batons e as máscaras para o rosto constituem, respectivamente, os dois maiores mercados em quantidade na área da maquilhagem, logo a seguir aos produtos para as unhas. As máscaras revelam desempenho positivo quer em volume quer em valor. Com mais de 300 mil unidades vendidas, cresceram 13,5% em quantidade e mais 8 pontos em valor, registando vendas na ordem dos 3,3 milhões de euros. No que diz respeito aos batons, estes registaram uma quebra de 4% em quantidade mas cresceram 5,5 pontos percentuais em valor.

Quanto ao subsegmento sombras, apresentou variação negativa superior a 17% quer em volume quer em valor. No que diz respeito aos lápis para maquilhagem e o subsegmento fond teint, estes verificaram quebras em volume, 6 e 0,4 pontos, respectivamente, mas subidas nas vendas em valor: o subsegmento lápis registou variação de 0,5% para 585 mil euros, enquanto na área dos fond teint a subida foi mais significativa, na ordem dos 5%.

No que diz respeito ao algodão, o consumo de bolas continua a perder terreno para os discos. As bolas desceram mais de cinco pontos quer em volume quer em valor. Quanto aos discos, estes cresceram 13,6% em quantidade e 4,5 pontos em valor. No total, o segmento do algodão cresceu 11% para quase 20 milhões de unidades (pacotes de 10 unidades cada) vendidas. Em valor, as vendas atingiram 2,4 milhões, o que significa um crescimento de 3,7% face ao exercício anterior. Por último, as toalhitas desmaquilhantes que subiram 16% em volume e menos 6 pontos em valor.

Coloração permanente

O mercado das tintas para o cabelo apresentou uma quebra de 4% em volume, embora a variação em valor não tenha sido significativa (0,7%). Este segmento vendeu, de acordo com a mesma fonte, 2,5 milhões de unidades para um montante global de mais de 19 milhões de euros. O sector da coloração está segmentado em 3 áreas, segundo os dados da consultora, a saber: coloração permanente (até 24 lavagens), directa (entre 6 a 8 lavagens) e ton sur ton (9 a 24 lavagens). O primeiro subsegmento é o único nesta categoria a apresentar comportamento positivo, a crescer 4 pontos em valor. No entanto, em volume a variação foi quase inexistente, resumindo-se a 0,7%. As vendas em valor cifraram-se em 16 milhões de euros para dois milhões de unidades vendidas. Quanto às tintas directas, estas registaram uma variação negativa de 27% em volume e 25% em valor. No que diz respeito à coloração ton sur ton, esta desceu 15 pontos em quantidade face ao exercício anterior e menos um ponto em valor, com as vendas a atingirem um montante global de 2,8 milhões. Por último, as tintas para descoloração que registaram descidas de 10% em valor e menos dois pontos em volume.