Distribuição

Governo quer alargar venda livre de medicamentos

Por a 6 de Março de 2006 as 17:59

Por ocasião da inauguração da segunda Área da Saúde da Modelo Continente, desta feita na Amadora, o Primeiro-Ministro, José Sócrates, e o ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciaram a pretensão do Governo em alargar a oferta da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica fora das farmácias. A maior liberalização prevê ainda acesso mais directo aos medicamentos, ou seja a compra sem aconselhamento farmacêutico, desde que os produtos não impliquem restrições.

Segundo o ministro, «o Governo está a estudar caso a caso, medicamento a medicamento, aqueles que podem vir a engrossar as prateleiras». O alargamento da venda livre de medicamentos a outras categorias, os remédios «mais inócuos» nas palavras do ministro da Saúde, a postos de venda mais pequenos, como por exemplo as estações de serviço, é outras das medidas que faz parte do pacote anunciado pelo Executivo.

A autorização e fiscalização destes espaços de venda cabe ao Infarmed (Instituto do Nacional da Farmácia e do Medicamento). Actualmente, estão em funcionamento 84 locais autorizados, dos quais apenas três pertencem aos operadores de Distribuição nacionais. Os restantes estão associados às áreas de parafarmácia e homeopatia. A Modelo-Continente foi a primeira empresa a inaugurar este tipo de espaço.

O Presidente do grupo Sonae Distribuição, Nuno Jordão, estima dotar todos os hipermercados com a Área de Saúde, até ao final do ano. No Continente da Amadora os medicamentos encontram-se atrás do balcão de atendimento. Com efeito, este espaço não é acessível ao público e conta com a presença de um responsável que tem de estar registado no Infarmed. Nuno Jordão adiantou que neste momento este negócio não é lucrativo. «O grupo de medicamentos aqui vendidos ainda não tem dimensão adequada para se poder rentabilizar a equipa» que trabalha nesta área, ou seja, quatro funcionárias e a técnica farmacêutica.

Quanto ao preços aplicados, estes apresentam variação inferior entre 7 a 9 por cento em relação aos praticados nas farmácias. A título de exemplo, as pastilhas nicotina Niquitim na farmácia custam 36 euros, segundo o Ministério da Saúde, enquanto no Continente da Amadora os consumidores podem adquiri-las por menos 3 euros.

A cadeia El Corte Inglès também tem uma área de venda destinada ao comércio deste tipo de produtos. Segundo o grupo, a unidade é abastecida no País, quer nos laboratórios quer através de grossistas. Porque as vendas vão de vento em poupa, a cadeia espanhola estima abrir uma nova unidade nos armazéns que vão abrir portas em Maio, em Vila Nova de Gaia.