Distribuição

Jerónimo Martins bate recorde

Por a 21 de Fevereiro de 2006 as 18:54

Pingodoce

O grupo Jerónimo Martins confirmou em conferência de imprensa a oportunidade das estratégias definidas em 2001, apresentando resultados recorde no exercício de 2005. Pela primeira vez no seu historial, ultrapassou a barreira dos 100 milhões de euros em lucro, facto que configura uma performance particularmente assinalável, tanto na operação polaca como a nível interno.

Definindo-se como uma empresa de produtos de grande consumo e não um retalhista, uma vez que trabalha tanto a montante como a jusante, o grupo declarou vendas consolidadas de 3,8 mil milhões de euros, um crescimento de 9,5% em relação a 2004, e resultados líquidos de 110 milhões de euros, evolução de 19,3% face ao ano transacto.

A Jerónimo Martins passou a ser o maior retalhista português, após a alienação dos activos no Brasil por parte da Sonae. Para isso, contribuiu decisivamente a cadeia Biedronka na Polónia, responsável por 35% das vendas da companhia e por 25% dos lucros. O parque ascende já às 817 unidades e vai crescer até às 900 durante 2006. O sucesso da proposta é tal que o objectivo de atingir 1.000 pontos de venda foi agora revisto em alta. De facto, Alexandre Soares dos Santos afirmou que o objectivo passa por ter no país entre 1.500 a 1.600 lojas.

O negócio na Polónia cresceu 13,4% na moeda local, quando a economia evoluía apenas a quatro pontos percentuais. Os portugueses são líderes de mercado – e não apenas no conceito discount – atingindo vendas líquidas na ordem dos 5.400 milhões de zlotys. Em euros a evolução atinge um crescimento de praticamente 30 por cento.

Ao nível do mercado interno, merece especial destaque a performance da rede Pingo Doce, que após a inversão estratégica e operacional assistiu a um crescimento das vendas de 4,6% numa base comparável e a uma evolução real de 5,3 pontos, tudo isto num contexto de retracção de consumo que não pode ser menosprezado. Quanto à insígnia feira Nova, iniciou durante o exercício uma nova política de preços, a qual, segundo o grupo, teve já reflexo num aumento das vendas calculado em 5,3% no último trimestre do ano, também aqui numa base like for like. A Recheio evoluiu 2,2% no Horeca mas continuou a sentir dificuldades inerentes ao conceito.

Soares dos Santos referiu ainda que o negócio dos OTC’s não é visto como decisivo, mas confirmou que a possibilidade de uma parceria para a Polónia, via Alliance Unichem, está em estudo. Já os postos de combustível são vistos como um negócio de elevado interesse. O grupo aguarda resposta aos pedidos de licenciamento.