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Guerra influencia vendas

Por a 17 de Fevereiro de 2006 as 15:28

O boicote não oficial aos vinhos franceses nos Estados Unidos da América custou ao país gaulês aproximadamente 94,2 milhões de euros. De acordo com o estudo efectuado pelo National Bureau of Economic Research, no seu auge, o boicote resultou em menos 26 por cento de vendas semanais, enquanto nos seis meses subsequentes à invasão dos EUA ao Iraque, as vendas tenham caído cerca de 13 pontos percentuais.

O estudo realizado pelos economistas Larry Chevis e Phillip Leslie da Universidade de Stanford, concluiu que de Março a Agosto de 2003, as importações de vinhos franceses para os EUA valiam cerca de 585 milhões de euros. O boicote resultou da falta de apoio das entidades francesas à Guerra do Iraque no ano de 2003. O sentimento “anti-francês” na altura estava no auge e muitos órgão de comunicação social, incluindo oNew York Times, publicaram artigos relativamente à rejeição aos produtos gauleses, levando inclusivamente a cafetaria do Senado alterar o nome às “French Fries”, passando a “Freedom Fries”. As sondagens mostravam que, em Maio de 2000, 50 por cento dos americanos consideravam a França como um país aliado, enquanto que, em Abril de 2003, esse número descia para 18 pontos.

Os responsáveis pelo estudo salientaram que «os economistas tendem a mostrar-se cépticos em relação aos efeitos dos boicotes, mas este exemplo revela que o “comércio” deve preocupar-se». Anthony Barton, do Chateau Léoville Barton, considera, por sua vez, que «as estatísticas são como um biquini: dão-nos uma ideia, mas escondem os detalhes». Seria, contudo, interessante saber, se os néctares portugueses beneficiaram de alguma forma desta situação, uma vez que foi conhecido o apoio do então primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, à invasão do Iraque pelos EUA na polémica reunião dos Açores.