FMCG Vinhos

Qualidade reconhecida

Por a 10 de Janeiro de 2006 as 18:00

Medalhas

Foram vários os concursos de vinho realizados durante o ano 2005, constituindo os eventos organizados no Velho Continente os que mais prestígio e valor possuem para qualquer produtor. Portugal participou nos mais importantes, alcançando resultados que colocam os néctares lusos entre o que de melhor há no Reino de Baco.

Concours Mondial de Bruxelles (Bélgica), Citadelles e Challenge du Vin (França) e International Wine Challenge (Reino Unido), estes foram alguns dos inúmeros concursos internacionais realizados ao longo de 2005 que contaram com a participação de milhares de vinhos portugueses. Estes são, também, os concursos que mais prestígio dão aos vinhos, constituindo a colocação do selo da respectiva medalha conquistada na garrafa muitas vezes a diferença entre uma “carreira” internacional bem sucedida e uma performance menos conseguida ao nível da exportação.

Nos quatro concursos em questão, os néctares portugueses arrecadaram 582 medalhas, colocando-os ao melhor nível, sendo que os números apresentados pelas organizações dos respectivos eventos revelam que cerca de 30 por cento dos vinhos a concurso conquistaram uma medalha. Agora é preciso saber se os produtores irão conseguir capitalizar este sucesso em vendas sem cair no erro de aumentar o preço do seu produto somente por causa da obtenção de uma medalha. Uma palavra também para as instituições portuguesas responsáveis pela promoção e divulgação dos vinhos nacionais que, ao nível da comunicação, podem assim transmitir uma mensagem de qualidade dos néctares lusos.

A registar há ainda o facto de serem cada vez mais os vinhos de mesa os responsáveis pela obtenção das medalhas, situação que até aqui era praticamente da inteira responsabilidade dos vinhos do Porto e Madeira. Neste aspecto há a destacar o trabalho que os produtores e enólogos têm vindo a fazer, quer em termos vitícolas como vinícolas, numa constante procura para melhorar a matéria-prima tão essencial para a produção de néctares de qualidade. Regiões como o Alentejo ou o Douro, mas também Ribatejo, Estremadura e Dão são cada vez mais frequentes nas listagens de premiados nos concursos internacionais, espelhando, de certa forma, a diversidade e riqueza que Portugal possui em termos de castas e solos.

Em terras de Sua Majestade

Apontado como um dos mercados prioritários pelo Estudo Porter, realizado pelo Monitor Group para a ViniPortugal, o Reino Unido é sem dúvida um País onde uma medalha de ouro conquistada num concurso de prestígio poderá fazer a diferença para a estratégia de exportação de um produtor nacional. A importância da obtenção de medalhas no IWC estende-se não só ao Reino Unido como também aos EUA (outro dos mercados apontado como prioritário pela ViniPortugal), já que as revistas especializadas em matéria de vinhos dão grande destaque a este concurso, aparecendo os néctares premiados na Decanter, Wine & Spirits e Wine Spectator, publicações que pela sua importância no mundo do vinho são um excelente veículo de promoção.

Só em terras de sua Majestade, Portugal arrecadou 225 medalhas, constituindo tal facto uma redução no total de prémios alcançados, mas uma subida na qualidade. Isto é, Portugal reduziu o número total de medalhas em uma unidade, mas em contrapartida registou uma evolução bastante significativa no número de medalhas de ouro obtidas (nada mais que 43), colocando o nosso País à frente de “potencias” como o Chile, Espanha, Itália, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina ou EUA. Tal facto só beneficia a estratégia das empresas e das instituições responsáveis pela promoção do vinho português, uma vez que apresenta Portugal cada vez mais como País produtor de vinhos de qualidade.

Além das 43 medalhas de ouro, os néctares portugueses obtiveram ainda 71 medalhas de prata e 111 de bronze, bem como 161 Seal of Approval (menção honrosa), totalizando assim 386 prémios, mais 28 que na edição transacta. De referir ainda que as provas durante a realização do IWC são efectuadas de forma cega, tendo o júri somente conhecimento do tipo de vinho e do ano de colheita.

Médailles portugaises

De França chegaram, igualmente, boas notícias da participação portuguesa em concursos de vinho. No Challenge du Vin, Portugal arrecadou um total de 87 medalhas, sendo 12 de ouro, 29 de prata e 46 de bronze, o que na totalidade soma mais 23 às 64 medalhas conquistadas em 2004. Concorrendo contra 34 países, os néctares portugueses obtiveram mais de seis por cento das medalhas atribuídas, podendo isto parecer pouco, colocando, contudo, Portugal à frente do Chile (64 medalhas) e Itália (53 medalhas).

Também no Citadelles du Vin, cujos resultados são conhecidos durante a realização da Vinexpo (maior feira de vinhos do mundo), Portugal obteve resultados bastante positivos, colocando o nosso País somente atrás da França, Chile e Espanha. Na realidade as 32 medalhas conquistadas representam um salto qualitativo em relação às 16 obtidas em 2004, destacando-se ainda durante a realização da Vinexpo a indicação de dois néctares portugueses provenientes da região do Douro no top ten dos vinhos mais inovadores e intrigantes presentes neste evento.

Noutro concurso de prestígio internacional, a participação portuguesa na 12.ª edição do Concours Mondial de Bruxelles pautou-se por um desempenho e evolução admirável em todos os sectores, arrecadando três Grandes Medalhas de Ouro, 18 Medalhas de Ouro e 56 Medalhas de Prata. Ou seja, 31 por cento dos 252 néctares apresentados a concurso receberam uma medalha.

Aparecendo a exportação como solução para muitos dos agentes da fileira vitivinícola nacional, os excelentes resultados obtidos pelos vinhos portugueses nos principais concursos internacionais constituem, sem dúvida, a melhor estratégia e um óptimo cartão de visita para a afirmação dos vinhos de Portugal no mundo.