FMCG Vinhos

Promoção e inovação

Por a 10 de Janeiro de 2006 as 18:00

Viniportugal

A ViniPortugal apresentou no decorrer do seu fórum anual, um calendário com todas as acções previstas para 2006. Com o investimento total a ultrapassar os 11 milhões de euros no próximo exercício, o objectivo da fileira vitivinícola é chegar ao ano 2010 com uma facturação de mil milhões de euros.

São mais de 11 milhões de euros o montante que irá estar ao dispor do sector vitivinícola nacional para o ano de 2006, para investimento global em promoção dos néctares portugueses (excluindo o Vinho do Porto), não contabilizando este valor o investimento disponível no PRIME para o sector agro-alimentar e que deverá contemplar a ViniPortugal com uma grande fatia dos 5,5 milhões de euros existentes, podendo o valor total subir até aos 15 milhões de euros. Tal como aconteceu no ano transacto, a ViniPortugal e o ICEP voltam a unir esforços no projecto de “Consolidação da Imagem de Qualidade dos Vinhos Portugueses nos Mercados Externos 2005-2006”, cabendo à primeira a maior fatia do “bolo”, com perto de dez milhões de euros, ficando o Instituto estatal responsável pelos restantes dois milhões.

Durante o “Fórum Anual para o Sector do Vinho 2006”, Vasco d´Avillez, presidente da ViniPortugal sublinhou o facto de «pela primeira vez ser apresentado um calendário com todas as acções previstas para 2006», simplificando assim o planeamento dos agentes económicos, admitindo que «o cluster do vinho existe e respira união em torno dos assuntos mais importantes».

Internacionalizar os vinhos

Com o objectivo até ao final de 2005 a passar pelo estabelecimento da categoria dos vinhos portugueses com produtos de valor mais elevado nos mercados-alvo definidos, a ViniPortugal pretende, em 2006, expandir a categoria dos vinhos portugueses, incluindo outros segmentos do portfólio. Os indicadores de resultado apresentados por Vasco d´Avillez revelaram evoluções das quotas de mercado internacionais, aparecendo o Reino Unido actualmente com uma quota de um por cento, com tendência crescente em 2005, e uma previsão de crescimento de dois pontos, em 2006. Para os EUA, a quota actual de 2,6%, apresenta igualmente uma tendência crescente no presente exercício, prevendo-se uma subida de quatro pontos no próximo ano.

Já na Alemanha, a manutenção da quota de 1,7%, em 2005, poderá crescer dois pontos em 2006. Nos restantes mercados, o destaque vai para o aumento do valor das exportações para os países nórdicos, cifrando-se o montante actual nos 17,1 milhões de euros, antevendo a parceria entre a ViniPortugal e o ICEP um crescimento médio de três por cento para 2006. Também o Brasil e o Canadá antevêem-se como mercados capaz de evoluirem, revelando os números que, no caso brasileiro, a subida poderá situar-se nos dois pontos, enquanto em terras canadenses essa evolução deverá ser igual à do actual exercício, ou seja, três por cento.

A maior fatia do investimento promocional do orçamento apresentado pela ViniPortugal para 2006 tem como destino os EUA, cabendo a terras de “uncle Sam” 1,8 milhões de euros, alargando o investimento ao estado de Illinois (além de Nova Iorque e Florida). O investimento para promoção dos vinhos portugueses no Reino Unido totaliza, em 2006, um milhão de euros, cabendo à Alemanha a quarta maior tranche do total disponível. Portugal terá ao seu dispor 800 mil euros, destacando Vasco d´Avillez «a promoção ao consumo de vinho a copo que será efectuada ao longo do ano».

I&D vínico

A criação de uma agência de Investigação & Desenvolvimento (I&D), especialmente direccionada para o sector do vinho, foi uma das iniciativas apresentadas pela ViniPortugal para 2006. Esta agência foi criada na sequência das conclusões do Estudo Porter, no qual foi recomendada a criação de um organismo destinado a promover a inovação, orientar os esforços de I&D em áreas consideradas críticas para a competitividade do sector do vinho, melhorar a coordenação entre o sector e as instituições de I&D e criar canais de distribuição e transferência de tecnologia dentro do mesmo.

Durante 2006, a Agência de I&D da ViniPortugal irá procurar estabelecer parcerias com instituições financiadoras de I&D e promover a criação de projectos de investigação estruturantes que englobem um grande número de parceiros institucionais e que, idealmente, possam ser apoiados por fundos estatais ou comunitários. A Agência de I&D vai ainda estabelecer contactos com instituições de ensino e de formação no sentido de lhes comunicar as prioridades de formação do sector e estimular a criação de pós-graduações em áreas críticas de investigação para o sector. Serão ainda criados mecanismos de transferência e comunicação de I&D dentro do cluster, nomeadamente, a edição de uma newsletter técnico-científica, a realização de seminários técnicos sobre I&D no sector, uma base de dados com resultados de projectos e estudos de I&D relacionados com a vinha e vinho, bem como o estabelecimento de um serviço de apoio aos agentes do sector vitivinícola.