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Clube de Produtores em alta

Por a 10 de Janeiro de 2006 as 18:00

Clube de Produtores

Sete anos após a sua criação, o Clube de Produtores da Modelo Continente apresenta um crescimento de 350% no volume de negócios face a 1998. Prevendo uma facturação muito próxima dos 90 milhões de euros no final deste ano, esta iniciativa aposta na adequação das estratégias a aplicar a longo prazo.

A Modelo Continente aproveitou a realização do VIII Encontro do Clube de Produtores para reafirmar a aposta no crescimento desta iniciativa. O presidente do grupo pertencente à Sonae, Nuno Jordão, manifestou-se satisfeito com os resultados do Clube em 2005 e encorajou os produtores a acreditarem na organização como uma aposta a longo prazo, salientando a importância do «esforço na compatibilização da competitividade com a qualidade dos produtos e com a segurança alimentar».

Reafirmando o empenho da Modelo Continente em aprofundar a aposta no Clube de Produtores, apelando aos associados para que confiem «num programa que é útil para todos, a começar pelo consumidor, mas que oferece também vantagens ao retalhista e ao produtor», Nuno Jordão fez questão de salientar a excelente adesão que os clientes têm revelado em relação ao projecto, «adesão essa bem ilustrada pelos números apurados com as vendas crescentes dos produtos oriundos dos associados do Clube».

De facto, os resultados apurados em 2005 são elucidativos do sucesso alcançado pela iniciativa e demonstram o crescente peso que os 200 produtores do Clube estão a conquistar no volume de compras da Modelo Continente, representado hoje 54,9% das compras realizadas nas diferentes áreas cobertas pelo Clube dos Produtores. Para justificar a redução do número de produtores face aos tres exercícios anteriores, José Aguiar, presidente do Clube de Produtores, alega as fusões registadas no sector.

Crescimento a longo prazo Por sua vez, as compras por parte do Clube dos Produtores apresentam uma evolução considerável tanto em volume, como em valor. Se tivermos em conta que no primeiro ano a Modelo Continente comprou perto de 37 mil toneladas, José Aguiar adiantou que o Clube fornecerá este ano um total de 95 mil toneladas de produtos à Modelo Continente, garantindo que «sempre que os produtores nacionais apresentem qualidade e preço igual, a nossa opção será sempre para produtos nacionais». Exemplos disso mesmo, são os números apresentados em relação às carnes, com as compras de carne bovina a passar de 26,4 para 43,3 por cento, no suíno de 26,6 para 38,8, nos ovinos de 29,5 para 47,6 e no frango do campo de 48,9 para 62,5 pontos percentuais.

Também em valor, a evolução tem sido bastante positiva. De acordo com os números apresentados no VIII Encontro do Clube de Produtores, dos 23,6 milhões de euros iniciais, a Modelo Continente passou para 74,6 milhões, em 2004, e apresentará no final deste exercício uma facturação de 87 milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 17 por cento relativamente a 2004. «Se pensarmos que toda a gente fala em crise, é reconfortante vermos que o nosso Clube, mesmo assim, continua a avançar», salientando a intenção de aprofundar o apoio à formação dos produtores, nomeadamente através da promoção de viagens de estudo, reafirmando a aposta que terá de continuar a ser feita nas áreas da segurança alimentar e da certificação» sublinhou o presidente do Clube.

Embora sem adiantar grandes pormenores, Jorge Aguiar revelou que está já em fase de estudo o alargamento do âmbito do programa do Clube de Produtores a novos produtos, tendo referido, por exemplo, o vinho e o azeite. Além disso, recorde-se que o grande objectivo do Clube de Produtores passa pela promoção de produtos nacionais, de acordo com os mais elevados padrões de qualidade e segurança em todas as cadeias de retalho alimentar da Modelo Continente, destacando Jorge Aguiar a promoção garantida através de um apoio consistente e estruturado prestado pelo Clube a todos os associados, nomeadamente a nível da aposta na investigação e formação, de que são exemplo as recentes viagens ao Chile e Argentina e a França e a formação em luta biológica, que teve lugar em Sevilha. «Graças ao acompanhamento adequado em todas as fases de produção, ao rigoroso controlo de qualidade e ao empenho colocado pelos próprios produtores neste projecto, os produtos comercializados pelo Clube de Produtores tornaram-se uma referência no mercado português, registando já a preferência de muitos consumidores, cada vez mais ponderados e exigentes nas suas escolhas».

Destaque ainda para as intervenções que os participantes no Encontro tiveram a oportunidade de ouvir de alguns especialistas convidados sobre temas relacionados com o incremento da competitividade no sector agro-alimentar, com abordagens em áreas tão diversificadas como a comunicação e o marketing, a educação e a saúde alimentares, ou a adaptação das explorações agrícolas ao novo normativo comunitário. Todos os oradores – Carlos Liz, director da Associação Portuguesa de Estudos de Mercado (APEME), Francisco Avillez, professor catedrático do Instituto Superior de Agronomia, João Neves, sócio da PAM, e Vítor Dauphinet, nutricionista no Hospital Prisional S. João de Deus, entre outros – fizeram questão de salientar que o desafio da competitividade da agricultura portuguesa só será vencido se for possível introduzir um corte radical nos métodos e mentalidades vigentes, tendo o Clube de Produtores da Modelo Continente sido unanimemente considerado uma experiência inovadora e marcante para os novos caminhos que se desejam no desenvolvimento na cadeia agro-alimentar.