Distribuição

Distribuição ganha até 70 por cento do lucro no sector agrícola

Por a 3 de Janeiro de 2006 as 17:54

O sector da Distribuição fica com uma margem bastante significativa, que pode chegar aos 70 por cento, do preço final dos produtos agrícolas. A conclusão é apresentada no estudo «Comercialização no Sector Hortofrutícola – Análise da Evolução das Cotações», realizado pelo Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-Alimentares, que divide o sector em grossistas e retalhistas.

O estudo analisou a evolução das cotações em frutas e hortaliças durante três anos (2000/2003) nos diversos intervenientes da cadeia de valor e constatou que «existe um acentuado desequilíbrio na distribuição de rendimento gerado na fileira hortofrutícola». Os quatro produtos analisados são a Pêra-Rocha, a Maçã Golden Delicious, a Cenoura e a Couve-Flor. Segundo o documento, constatou-se esta tendência nos três anos em análise.

Começando pela Pêra-Rocha, o estudo indica que 68 por cento do rendimento resultante da comercialização desta fruta ficou nas mãos da Distribuição, «com especial dominância dos operadores dos mercados retalhistas que absorveram quase 50 por cento do valor da comercialização», ficando os restantes 18 por cento nas mãos do sector grossista. Com efeito, os retalhistas são, como constata o estudo, os intervenientes que mais influência exercem sobre os preços do produto final.

No que diz respeito à Maça Golden Delicious, o documento salienta que a Distribuição ficou com «69 por cento do lucro gerado» na comercialização desta fruta, com os retalhistas a absorver 54 por cento desta fatia.

Quanto ao terceiro produto, a cenoura, o estudo revela que cerca de 65 por cento do rendimento proveniente da sua comercialização ficou na Distribuição, com os operadores dos mercados retalhistas a absorverem em média 46 por cento deste valor.

Por último, em relação à Couve-flor, durante os três anos analisados concluiu-se que 70 por cento do lucro da comercialização desta hortaliça fica na Distribuição, cabendo aos retalhistas 50 por cento e aos grossistas os restantes 20 pontos percentuais. Em jeito de conclusão, pode afirmar-se que os consumidores pagaram mais pelos quatro produtos analisados no estudo, no entanto esse crescimento não foi influenciado pelo sector da produção.