Sonae anuncia projecto de expansão

No dia em que anunciou a saída definitiva do mercado brasileiro com a venda da Sonae Distribuição Brasil à Wal-Mart, o grupo já está a preparar o regresso aos mercados internacionais. Segundo Nuno Jordão, presidente da Sonae Distribuição, «para já não há nada em concreto» mas não ficar limitado ao mercado nacional constitui um dos grandes objectivos do grupo. A aposta internacional deverá centralizar-se na expansão de dois ou três formatos especializados com a melhor performance. O responsável adianta que existem algumas insígnias especializadas que já se encontram em condições «de medir forças» com os operadores internacionais, como são exemplo a SportZone, a Worten e a Vobis.

O encaixe proveniente da venda dos activos brasileiros à Wal-Mart, cerca de 530 milhões de euros, será aplicado no reforço do investimento em Portugal e na redução da dívida da Modelo Continente, na ordem dos 500 milhões de euros. Nuno Jordão pretende acelerar o projecto de crescimento para Portugal, no qual espera abrir a curto prazo mais 100 lojas e admite um investimento de 250 milhões de euros durante o próximo ano. De salientar que o grupo já detém 100 mil metros de retalho licenciados. O restante valor resultante da operação será canalizado para distribuição de dividendos, a primeira desde 2001, quando a administração do grupo gastou 35 milhões para recompensar os accionistas face ao exercício de 2000.

As ex-marcas geridas pela Sonae no Brasil vão manter-se, devido à sua grande notoriedade, não havendo, segundo a cadeia de distribuição norte-americana, intenção de encerrar qualquer unidade nem dispensar qualquer trabalhador dos mais de 20 mil colaboradores das 140 lojas detidas pela Sonae até ontem.