FMCG Marcas

Portugal exige mais apoios para produção de açúcar

Por a 24 de Novembro de 2005 as 18:12

Um rendimento suplementar para os produtores de beterraba para açúcar, de modo a garantir a continuidade da actividade depois da reforma dos apoios comunitários, foi a exigência do Ministro português da Agricultura, Jaime Silva, junto da Comissão Europeia. A par desta exigência, o ministro pretende ainda reunir condições para que a fábrica DAI de Coruche continue a produzir as 70 mil toneladas de beterraba ou outras produções, como cana-de-açúcar, sem intervir na competitividade das refinarias Alcântara e RAR, situadas em Lisboa e Porto, respectivamente.

A imposição de Jaime Silva foi realizada na reunião entre os ministros da agricultura do Vinte e Cinco, que tentam desde Terça-Feira chegar a um acordo político sobre a reforma do sector do açúcar. Caso as condições não sejam levadas em conta, o ministro português garante que «Portugal votará contra» a medida que visa reduzir a produção comunitária, assim como as exportações subsidiadas.

A proposta aponta para uma redução de 39% dos preços internos que garantem elevados rendimentos aos agricultores, durante 4 anos. Esta diminuição será compensada em 65% com ajudas directas, extra produção. Segundo o Ministro da Agricultura, o regime de ajudas desligadas da produção é resultado da nova filosofia da Política Agrícola Comum (PAC), que provocou o abandono de parte da actividade agrícola, perigo que não deseja ver novamente no sector do açúcar.

Jaime Silva pretende a reconversão para a produção de frutas e legumes, embora o novo quadro da PAC, em vigor desde o início do ano, impossibilite a realização deste objectivo. «Portugal tem condições», garante o ministro. A exigência de uma ajuda suplementar face aos 65% de compensação das descidas de preços destina-se a garantir que os agricultores competitivos permaneçam em actividade. Caso contrário, alertou, a produção de açúcar de beterraba chegará ao fim do ciclo de vida, em Portugal. Mas «cabe à Comissão Europeia encontrar a solução», conclui.