Nestlé substitui lotes de leite infantil
A Nestlé ordenou ontem a retirada de uma gama de leite líquido infantil do mercado nacional, comercializados com o nome de NAN1 e 2. A medida surge na sequência do resultado de testes realizados em Itália que comprovaram a contaminação do leite, com a isopropiltioxantone (ITX), substância tóxica utilizada na impressão das embalagens de cartão.
Em comunicado, a Nestlé imputou a responsabilidade à Tetra Pak, empresa sueca de embalagens. François Xavier Perroud, porta-voz do grupo, explica que a tinta se infiltrou na embalagem, provocando uma reacção química que levou à contaminação do leite.
Num segundo comunicado, a marca Suiça garante que o ITX não traz riscos para a saúde: «a Nestlé informa que, baseando-se em rigorosos estudos realizados pelo fornecedor de embalagens e peritos independentes, o produto não oferece perigo para a saúde».
Apesar disso, e através de um terceiro comunicado, a empresa refere que vai substituir de imediato os lotes cujo prazo de validade seja igual ou anterior ao mês de Junho de 2006 para o leite NAN 1 e Setembro do próximo ano para o NAN 2.
A Tetra Pac afirmou hoje, também em comunicado, que decidiu alterar o processo de impressão das embalagens que fabrica, passando a utilizar tintas sem ITX.
Em Itália, uma ordem judicial mandou apreender 30 milhões de litros deste tipo de leite, comercializados sob as marcas Nidina 1 e 2, Mio e Latte Mio. De acordo com a agência italiana Ansa, já tinha sido ordenada a 9 de Novembro uma apreensão de 2 milhões de de litros, mas análises efectuadas posteriormente indicaram que todos os produtos com validade até Setembro de 2006 estavam contaminados.
A Autoridade Europeia de segurança Alimentar (AESA) confirma ter recebido no início do ano um pedido oficial da Comissão Europeia para avaliar o risco do ITX mas só prevê ter o processo concluído em Abril de 2006.
No entanto, informações mais recentes provenientes de Bruxelas indicam que «os níveis de toxicidade da substância detectada no leite infantil não representam riscos para a saúde humana», assegura Philip Tod, porta-voz da União Europeia na área da segurança alimentar.
Grupo estima aumento de 40% na facturação de 2005
Tendo em conta a forte expansão da Nestlé em Portugal, o grupo pretende atingir no final de 2005, um volume de negócios na ordem dos 645 milhões de euros. Segundo o Diário económico, se esta facturação se confirmar, verifica-se um aumento de 39,7 em relação aos 461,5 milhões atingidos no final do exercício passado.
As áreas da nutrição infantil, bebidas, chocolates e gelados constituem as principais apostas. Ainda no que diz respeito a números, a empresa registou no final do ano passado resultados líquidos de 43 milhões de euros e operacionais de 67 milhões de euros.