Negociações agrícolas continuam sem acordo

A próxima reunião de ministros da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve «criar um trampolim para avançar em 2006», disse ontem Peter Mandelson, comissário europeu do Comércio. As declarações surgem depois do encontro entre os 5 grandes parceiros do comércio internacional (Japão, União Europeia, EUA, Brasil, Índia e Japão). O responsável europeu defende que, tendo em conta os progressos do Acordo de Enquadramento de 2004, é fundamental que os países da organização não se limitem «a boiar em Hong Kong». A par das reuniões ministeriais, decorrem os trabalhos dos grupos negociais que trabalham bases técnicas para chegar a um acordo, que parece difícil de alcançar nomeadamente no sector agrícola.

O embaixador Falconer, presidente do comité agrícola, reconheceu, num relatório a que o Diário Económico teve acesso, que «as modalidades negociais, em toda a sua amplitude, não serão alcançadas em Hong Kong». O embaixador refere ainda que na área do apoio interno existe uma «convergência potencial considerável», assim como no fim dos subsídios à exportação. Segundo fonte comunitário do Diário Económico «a Comissão foi a primeira a propor a eliminação de apoios internos, mas continua aberta para negociar com Hong Kong». O próximo encontro vai realizar-se no final do mês, em Bruxelas.