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Qualidade Carrefour atinge 11 milhões

Por a 10 de Novembro de 2005 as 18:42

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A Fileira Qualidade Carrefour faz neste exercício dez anos de actividade, num processo de evolução sustentada que engloba já 11 milhões de euros em compras à produção nacional. São mais de 30 produtos oriundos de parcerias com cerca de 150 produtores, onde a exportação é uma das vertentes prioritárias.

O Carrefour, sétimo operador do sector da Distribuição em Portugal com um volume de negócios superior a 500 milhões de euros em 2004 – de acordo com o Ranking da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição -, aproveitou a realização do “III Encontro de Produtores Fileira Qualidade Carrefour”, realizado em Alcobaça, para dar a conhecer a evolução deste projecto da insígnia francesa em Portugal. Com o valor de compras actual a ultrapassar os 11 milhões de euros, este número está bem longe do valor que este negócio gerava no início do projecto, altura em que não excedia um milhão de euros.

Estabelecidas actualmente parcerias com 149 produtores nacionais, o projecto abrange mais de 30 produtos entre o tomate, dourada, robalo, kiwi, pêra, maçã, batata, juntando-se agora à chancela de produtos da Fileira Qualidade Carrefour o coelho, borrego, queijo de Azeitão e queijo do Pico. Os objectivos de António Batista, director-geral do Carrefour Portugal, passam pelo aumento deste número de produtos, possuindo dentro de um prazo de cinco anos, «entre 90 a 100 produtos de qualidade».

Aposta na exportação

De resto, a qualidade foi um dos pontos apontados por António Batista como «fundamentais para o sucesso deste projecto», salientando que os produtos portugueses possuem grande aceitação a nível internacional. Caso exemplar é o da Pêra Rocha, cuja previsão de exportação por parte dos responsáveis do Carrefour se situa para este ano nas 800 toneladas, o que significa a duplicação deste valor face a 2004, bem mais que o consumo interno calculado em 500 toneladas para o actual exercício. A exportação é, aliás, uma aposta dos responsáveis da insígnia francesa em Portugal, possuindo actualmente como clientes a França, Suíça, Brasil, Polónia, Espanha e uns surpreendentes Emirados Árabes Unidos, «país alvo muito importante, dado tratar-se de uma região com uma classe de consumidores ávidos por produtos de qualidade». Exemplos de sucesso são também o kiwi minhoto ou o frango do campo que encontram em mercados como a vizinha Espanha grande aceitação, ou a ameixa que é exportada para a Polónia, revelando Angel Monreal, responsável pelo projecto Fileira Qualidade Carrefour, que «com o crescimento interno, aumentam as possibilidades da exportação poder vir a evoluir».

De forma a desenvolver a exportação dos produtos portugueses, o Carrefour tem vindo a organizar algumas feiras temáticas. António Batista aponta o caso da “Semana do queijo”, realizada recentemente em França, como um exemplo de «sucesso de produtos típicos portugueses que vão à procura dos gostos dos mais diversos consumidores”, revelando que a próxima “etapa passará pela exportação para o continente asiático».

As contas apresentadas pelos responsáveis do Carrefour revelam a importância que este projecto tem vindo a ganhar nos resultados económicos do grupo no nosso país. Com o exercício transacto a registar um crescimento de 42 por cento, a evolução de 29 pontos até ao mês de Agosto faz prever uma excelente prestação por parte da FQC. Quanto à participação da Fileira Qualidade Carrefour nos resultados económicos da insígnia, a sua quota tem vindo a aumentar, com o ano de 2005 a antever uns significativos 10,2%, uma subida de mais de dois pontos, face ao exercício transacto.

Qualidade, sabor e tradição

Iniciado na França, em 1990, e chegado a Portugal em 1995, os objectivos do projecto Fileira Qualidade Carrefour (FQC) incidem no reforço da imagem de diferenciação, na criação de ligações privilegiadas, a longo prazo e directamente com os produtores/fornecedores, e no desenvolvimento do nível de serviço para preservar e valorizar a qualidade dos produtos controlados pela insígnia.

A aposta na qualidade é, de resto, a grande preocupação por parte dos responsáveis do Carrefour, salientando António Batista a rastreabilidade de todos os produtos como uma mais-valia deste projecto. «O Carrefour possui um caderno de encargos muito rigoroso e não abdicamos de todos os processos que garantam a qualidade dos nossos produtos. A parceria que estabelecemos com os produtores reveste-se de fundamental importância, tanto para nós como para os próprios produtores, já que falamos de um caderno de encargos a médio/longo prazo, isto é, com um prazo mínimo de três anos».

O objectivo deste projecto é retirar os produtos do anonimato, identificando-os, qualificando-os e controlando-os. A FQC dá prioridade às regiões económicas e países com presença Carrefour, existindo também a preocupação da preservação e valorização da qualidade dos produtos Fileira na loja. Entrar para a lista de fornecedores do Carrefour é, de resto, entrar numa rede mundial de mais de seis mil unidades que no ano 2004 apresentou receitas no valor de 35,4 mil milhões de euros. Com um parque de sete unidades em Portugal, António Batista revelou que o plano contempla investimentos na ordem dos 200 milhões de euros por ano, concluindo que «o objectivo é possuir cobertura nacional, com lojas de tamanho menor em localidades mais pequenas».