Seca não afecta vinhos de Portalegre

A Adega Cooperativa de Portalegre anunciou um decréscimo de cerca de 12% face à previsão de produção que havia sido realizada em Julho de 2005, mas uma manutenção do volume de uvas recolhidas relativamente à vindima de 2004. Embora o volume produzido tenha sido sensivelmente o mesmo na sua globalidade (cerca de 2.700t) verificou-se para as uvas brancas um decréscimo de cerca de 13% (422t) e para as uvas tintas um acréscimo de cerca de 5% (2.259t).

José Luís Marmelo, responsável técnico da Adega Cooperativa de Portalegre, refere que «devido a um ano de 2005 com poucas horas de frio e uma precipitação muito baixa, a fisiologia da videira foi negativamente influenciada. Paralelamente as altas temperaturas dos meses de Julho e Agosto dificultaram a formação dos constituintes do bago de uva, o que levou a um avanço na formação dos açúcares. Neste sentido as vindimas foram antecipadas em cerca de 10 a 15 dias relativamente a anos anteriores, tanto para as uvas brancas, como para as uvas tintas. O acréscimo da uva tinta tem a ver com a existência de vinhas novas, reestruturadas nos últimos 3 a 5 anos que, para além de serem de regadio apresentam um maior potencial produtivo, ao passo que as vinhas brancas são de sequeiro e por isso desceram».

No que toca à qualidade geral dos vinhos, a nota dos responsáveis da Adega de Portalegre é de optimismo, revelando o enólogo Rui Vieira, «esperamos atingir e até superar as expectativas para 2005 na maioria dos lotes de vinhos. Não estamos à espera de uma quebra de qualidade. Pelas análises que realizámos às uvas que recebemos, estamos confiantes que 2005 será mais um ano de excelentes vinhos».