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Nestlé cumpre expectativas

Por a 7 de Outubro de 2005 as 15:29

A Nestlé divulgou recentemente os dados internacionais relativos ao primeiro semestre de 2005. Resultados animadores que ditaram acréscimos nas vendas brutas e resultados operacionais, com a companhia a apurar um crescimento orgânico de 5,2% face a 2004. Apesar de mais discreta, a operação nacional não inverteu a tendência internacional, ao apresentar um aumento de 1% na facturação global.

Segundo a empresa helvética, os resultados apurados no final do primeiro semestre de 2005 estão de acordo com as previsões estabelecidas. Assim, os mais de 28 mil milhões de euros (vendas brutas) alcançados pela operação à escala mundial traduzem a força da multinacional alimentar em termos de portfólio, tendo crescido 2,4% face ao período homólogo de 2004 (27.433 mil milhões de euros). Uma boa prestação num contexto de pressão generalizada sobre o preço, a que se juntaram dificuldades acrescidas colocadas à operação em vários mercados. Apesar deste bom indicador, o principal factor de desenvolvimento residiu no crescimento orgânico, que ascendeu a 5,2%, mais 0,6 pontos do que se tinha verificado em período homólogo de 2004. Aumento que também se enquadrou dentro dos objectivos de crescimento a longo prazo estabelecidos pela empresa (5 a 6%).

A categoria alimentar na região europeia (9.289 mil milhões de euros) apurou um aumento de 1,5% face ao primeiro semestre de 2004, resultando esta subida de uma melhor prestação na Europa Ocidental, em geral, e em especial as prestações do mercado britânico e ibérico, destacando-se o segmento pet care como contribuição particularmente positiva. Contudo, os resultados apurados em França, Alemanha e Itália não são os mais animadores, apesar de se ter verificado alguns sinais de melhoria. Por oposição, o Leste europeu apresentou níveis de crescimento na ordem dos 6,2%. Com este balanço, as margens EBITA para a região europeia baixaram de 11,3% para 10,8%, assegurando a empresa, de forma geral, as respectivas quotas nos diversos mercados em que se encontra presente.

No que diz respeito à operação no continente americano (8.705 mil milhões de euros), a companhia obteve um bom arranque no início do ano, ao registar um crescimento orgânico de 7,2%. Na base deste índice esteve o desempenho alcançado na América do Norte, sobretudo através da Nestlé Prepared Foods Company e das recém-adquiridas Nestlé Purina PetCare Company e Dreyer’s Grand Ice Cream Holdings. Paralelamente, os dois principais mercados da América Latina, Brasil e México, também contribuíram significativamente para os níveis de crescimento alcançados e que se traduziram no aumento das margens EBITA de 12,8% para 13,6%, com os Estados Unidos a serem um mercado particularmente forte neste capítulo.

Numa escala mais reduzida, Ásia, Oceânia e África reuniram no conjunto um aumento de 6 pontos percentuais. Nos restantes mercados asiáticos e Médio Oriente os resultados também foram positivos, embora a margem EBITA tenho declinado dos 17,8% para os 15,9%, reflectindo os custos decorrentes da troca de produtos na China, da concorrência mais feroz na categoria de café solúvel no Japão e do aumento verificado em algumas matérias primas, principalmente o leite.

Em termos de produtos, destaca-se a categoria bebidas, que cresceu 6,4%. Valor superior ao apresentado pelo segmento PetCare (+ 5,3%) e produtos lácteos, nutrição e gelados (+5,2%), que continua a afirmar-se como a categoria mais significativa deste universo, ao contribuir com 7.763 mil milhões de euros para a receita global. As refeições pré-preparadas e bases culinárias e os chocolates, com 3,8% e 2%, respectivamente, foram os que apresentaram as variações mais discretas dentro do universo de categorias de produtos da multinacional alimentar. Portugal

A operação nacional da Nestlé não inverteu a tendência de desenvolvimento que caracterizou a actividade da empresa suíça em termos globais. Nesse sentido, o primeiro semestre de 2005 permitiu à Nestlé Portugal atingir a fasquia dos 345.118,60 milhões de euros, tendo crescido um por cento face ao período homólogo de 2004. Valor que apesar de ter ficado aquém das expectativas da empresa, não deixa de constituir um indicador positivo em função das dificuldades económicas que o País atravessa, perspectivando-se que o objectivo anual proposto possa ser atingido: crescer 2% em 2005. Esta é, aliás, a estimativa da empresa, que se encontra apostada em subir as vendas nessa mesma razão, superando os 693 milhões de euros alcançados no exercício de 2004. Numa fase inicial, o objectivo proposto seria da ordem dos 3%.

Assinale-se que o primeiro semestre de 2005 possibilitou à Nestlé Portugal reunir 40% da receita total, ficando reservado para os segundos seis meses a responsabilidade de atingir o objectivo global, tendo para esse fim um trunfo de peso: a época natalícia. Com o objectivo de preservar a rentabilidade da empresa, a Nestlé decidiu reduzir em 8 milhões de euros (1,2% do total de vendas) o investimento previsto em comunicação para este ano. Na base desta decisão, esteve a eventualidade de um crescimento mais moderado das vendas. O investimento total em comunicação previsto para 2005 situava-se nos 71 milhões de euros, cerca de mais 5 milhões de euros em relação a 2004, sendo agora “revisto em baixa”.

Paralelamente, o montante disponível para investimento técnico (13,2 milhões de euros disponíveis para equipamento) será aplicado conforme estava estabelecido. Exemplo disso mesmo, é a recente adjudicação de um milhão de euros no reforço da distribuição da unidade fabril de Avanca, que permitiu aumentar a sua capacidade de armazenamento em cerca de 33%. Com este melhoramento será possível alienar o centro de distribuição de Alverca, com a companhia a encaixar entre 9 a 10,5 milhões de euros em virtude deste negócio.