Distribuição

Sonae admite vender no Brasil

Por a 28 de Setembro de 2005 as 16:32

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A Modelo Continente encara a possibilidade de alienar os activos no Brasil, mediante «uma proposta irrecusável, definitiva e irreversível», afirmou Nuno Jordão, presidente do conselho de administração da Modelo/Continente. Esta declaração surge no seguimento de notícias avançadas na imprensa brasileira que apontam para o final das negociações entre a Wal-Mart e a Sonae para a venda da totalidade das lojas exploradas pela insígnia portuguesa no Brasil.

Segundo o responsável, a operação de retalho presente no mercado brasileiro tem despertado o interesse dos principais operadores internacionais, sublinhando Nuno Jordão que «a partir do momento em que houver uma proposta de compra que propicie maior retorno do que o do próprio activo, então este tem de mudar de dono». De acordo com a informação disponível, a proposta inicial rondaria os 800 milhões de euros, valor que posteriormente foi revisto em baixa para 640 milhões de euros. Este ajustamento na oferta foi justificado pelas conclusões de uma auditoria, que detectou a inclusão de receitas extraordinárias na base de cálculo do lucro. No entanto, a última oferta é tida como um bom preço, acima do habitualmente praticado neste tipo de transacções. Assinale-se que apesar de já contabilizar 151 superfícies comerciais no mercado brasileiro, a Wal-Mart não está presente nos estados de Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, regiões onde a Sonae detém, precisamente, o maior número de lojas, destacando-se como líder ou sub-líder na área de retalho.

Apesar dos rumores, Nuno Jordão não quis confirmar a venda, adiantando «não é de hoje que os principais retalhistas mundiais manifestaram interesse nos nossos activos no Brasil. É assim há quatro anos, e de forma continuada», sublinhou. O responsável, que foi claro quanto à possibilidade de desinvestimento desde que o negócio se justifique, deixou também a porta aberta para a alienação de apenas parte dos activos, como aconteceu recentemente na venda ao grupo Carrefour. «Nós não analisamos o negócio no Brasil de forma una, e a prova disso é que saíram dez lojas em S. Paulo», assinalou.