Distribuição

Vendas do Carrefour sobem 13%

Por a 14 de Setembro de 2005 as 11:44

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Os hipermercados Carrefour nacionais registaram vendas de cerca de 568 milhões de euros, em 2004, o que representa uma subida de 13 por cento face aos valores do ano anterior. Em termos internacionais, o grupo francês, número dois no ranking dos retalhistas mundiais, também cresceu, embora a ritmos mais moderados. A política de preços baixos e reforço da rentabilidade das operações no estrangeiro são duas das metas para 2005.

grupo Carrefour Portugal atingiu vendas de 1,2 mil milhões de euros, em 2004, o que representa um crescimento de 11,3 por cento face ao ano anterior. Os hipermercados da marca totalizaram vendas brutas de 568,08 milhões de euros, mais 13 por cento do que em 2003 (quando a facturação foi de 502,7 milhões de euros). A outra área de negócio do grupo francês em território nacional é cadeia de discount Minipreço/Dia, à qual coube a restante fatia de cerca de 630 milhões de euros.

Analisando as contas dos hipermercados Carrefour, verifica-se que a quota de mercado subiu de 13 por cento, em 2003, para 13,5 por cento, no ano passado. Para este comportamento contribuíram o aumento do número de operações de clientes – 12,886 milhões, em 2004, contra 11,798 milhões em 2003 – e a subida do valor médio das compras, que se situou nos 44,09 euros – em 2003, essa cifra era de 42,61 euros. Em termos líquidos, as vendas dos hipermercados Carrefour foram de 503,4 milhões de euros, mais 12,7 por cento comparativamente ao ano de 2003. O EBITDA, cash-flow operacional, cresceu 12,1 por cento e situou-se nos 23,2 milhões de euros. Já os resultados líquidos baixaram 69,6 por cento em 2004, situando-se nos 4,7 milhões de euros. Segundo a empresa, «esta situação explica-se pelos resultados extraordinários derivados da venda de activos realizada em 2003».

Performance internacional

O grupo Carrefour, principal retalhista europeu e número dois a nível mundial (só batido pela Wal-Mart), atingiu vendas líquidas de 72,668 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 3,1 por cento face ao ano anterior. Este valor, calculado a taxas de câmbio correntes, sobe para quatro por cento se foram tidas em conta aquelas variáveis de forma constante. Por zonas, França representou 49,2 por cento, com vendas de 35,7 mil milhões de euros, mais 0,1 por cento do que em 2003. Os restantes países europeus onde o grupo está presente (ver quadro) contribuíram, no seu conjunto, para 37,3 por cento da facturação de 2004, já que atingiram vendas de 27,1 mil milhões de euros (crescimento de 6,3 por cento face ao ano anterior). A operação nas Américas valeu 4,7 mil milhões de euros, enquanto que na Ásia atingiu os 5,1 mil milhões de euros, ou seja, contribuições de 6,5 por cento e sete por cento, respectivamente, para o total mundial do Carrefour.

Por formatos, os hipermercados (794 unidades) representam 57,9 por cento da facturação – cerca de 42 mil milhões de euros – e os supermercados (1.495) valem 18,3 por cento – 13,3 mil milhões de euros. As lojas de hard discount do grupo (3.888 superfícies) facturaram 5,9 mil milhões de euros (8,1 por cento do montante global), enquanto que outros formatos (caso do retalho especializado) tiveram um peso de 15,7 por cento (11,4 mil milhões de euros).

Na apresentação das contas, a administração do Carrefour considerou ter atingido quatro objectivos em 2004. Primeiro, reposicionamento dos hipermercados em França e estabilização da quota de mercado na área alimentar. Depois, aumento da rentabilidade e do ROCE (retorno do capital investido) fora de França. Terceiro objectivo, desinvestimento ou encerramento de activos não estratégicos, caso dos 57 supermercados vendidos ou fechados na vizinha Espanha, Argentina e Brasil, e da venda da participação (22 por cento) na Modelo Continente. Finalmente, o último objectivo alcançado foi a melhoria dos rácios financeiros.

Objectivos para 2005

Para o corrente ano, o grupo Carrefour pretende prosseguir a estratégia seguida no ano passado, nomeadamente através do reforço da política de preços baixos em França. O grupo iniciou 2004 com cerca de 30 por cento das lojas a praticarem os preços mais baixos ou os segundos mais baixos da sua região, valor que, alega a administração do segundo maior retalhista mundial, subiu para perto dos 75 por cento no final do ano. Esta política deverá ser aprofundada em 2005. Por outro lado, será posta em prática uma política de comunicação que permite chamar mais consumidores aos hipermercados franceses e ganhar quota de mercado.

A preocupação com a rentabilidade e o ROCE das operações fora de França continuará através da racionalização dos activos. A alienação de superfícies comerciais realizada no México (à Chedraui) e no Japão (à Aeon) permitiu à empresa ficar mais próxima do objectivo de recuperar mil milhões de euros nas operações de desinvestimento. Finalmente, a política de expansão do gigante francês também será prosseguida, com a administração do Carrefour a garantir a abertura de um milhão de metros quadrados de área comercial no ano 2005. Os projectos de alargamento do número de unidades comerciais serão intensificados a partir de 2006 e, no reforço da quota de mercado, será tida em conta a experiência da empresa em diversos formatos.