Indústria de moda e calçado responsável por 11,5% das exportações portuguesas
A indústria nacional têxtil, do vestuário e do calçado alcançou em 2018 um volume de negócios de 15 mil milhões de euros – um decréscimo de 3% face ao período homólogo – e representou 11,5% do total de exportações do País, em valor.
Os dados são do estudo setorial elaborado pela Iberinform, através da sua plataforma online de recolha e análise de informação empresarial Insight View, que conclui que, apesar das insolvências terem crescido em 2019 (+35% face a 2018) no setor de moda e calçado, estas empresas continuam a atrair investimento e apresentam um nível de risco de incumprimento (score de 4,4, de zero a dez) mais baixo do que a média de todas as atividades económicas nacionais.
De acordo com o estudo, “as empresas classificadas com Risco Médio representam 39% do total do setor têxtil, vestuário e calçado. O modelo atribui Risco Elevado a 5.644 empresas (29% do total), enquanto 5.322 (28%) apresentam Risco Baixo”.
Em 2018, as empresas desta fileira diminuíram a dependência relativamente a capital alheio, alcançando mais de 40% de autonomia financeira. Embora “não cubram todas as suas dívidas com capitais próprios”, apresentam um rácio de solvabilidade de 67,4%, valor cinco pontos percentuais acima do registado em 2016.
A fileira de moda e calçado é composta por 19.312 empresas, no total, sendo o setor do comércio a retalho de vestuário e estabelecimentos especializados que absorve a maior fatia das mesmas, em número (27% do total).
São 5.150 as empresas de têxteis, vestuário e calçado que se dedicam ao retalho, as quais são responsáveis por volume de negócios de mais de 2,4 milhões de euros. Esta foi a atividade que registou o maior número de constituições de empresas dedicadas ao têxtil e calçado, no ano transato.
A indústria do vestuário representa 24% do total destas empresas, mas lidera em volume de negócios, com mais de 3,7 milhões de euros gerados em 2018.
Por outro lado, a indústria do calçado distribui-se por 2.158 empresas (11,2%), com um volume de negócios superior a 2,3 milhões de euros. E, por último, o setor da fabricação de têxteis representa 10,7% do total, com 2.078 empresas, responsáveis por um volume de negócios superior a 3,5 milhões de euros.
Em 2019 houve mais 35% de empresas a entrar em insolvência (730) face a 2018. A atividade com maior número de insolvências diz respeito à confeção de outro vestuário exterior em série. No mesmo período verificou-se um aumento de 3% na constituição de novas empresas.
Do total da fileira, 64% são microempresas, com uma média de dez trabalhadores. A maioria está sediada no Porto ou em Braga, respetivamente 5.755 (30%) e 5.348 (28%).
Por volume de negócios, destacam-se os distritos de Angra do Heroísmo, com 7,9 milhões de euros gerados em 2018, seguindo-se Braga, com mais de 5,5 milhões de euros, Porto (4,6 milhões) e Lisboa (2,4 milhões).
“Apesar da maioria das empresas (23%) ter entre dois e cinco anos, a distribuição pelos restantes escalões de antiguidade é bastante proporcional. De notar que 18% das empresas já operam no mercado há mais de 25 anos, o que traduz a maturidade do setor, enquanto 13% foram constituídas há menos de um ano, fator que traduz o seu potencial de crescimento”, conclui a análise.
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