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Crescimento da categoria de vinagre à boleia da inovação

Por a 10 de Janeiro de 2020 as 10:36

vin584_640O vinagre de vinho branco continua a ser o mais vendido. Mas as empresas estão a lançar novos produtos que estão a fazer crescer as vendas em valor e que vão ao encontro das necessidades dos consumidores ligadas à saúde e ao bem-estar

O vinagre de vinho branco é o mais vendido. Mas os vinagres de sidra, biológicos, balsâmicos estão a invadir as prateleiras das grandes superfícies e têm um peso crescente nas vendas das empresas. Todas estas inovações requerem investimento em equipas de investigação para o lançamento de novos produtos. O que sucede por haver consumidores mais preocupados com a saúde e o bem-estar. Não surpreende, por isso, que os vinagres com menos teor de sal, os produtos biológicos, sem glúten ou vegan estejam a ser bem recebidos.

Na área da inovação, a Companhia dos Temperos está a investir em vinagres biológicos e vegan de vinhos, de sidra, de romã e biológicos de balsâmicos de maçã, romã e balsâmico de Modena. Não revelando a faturação dos produtos de inovação nem o seu peso no volume de negócios da empresa, Rita Pacheco, gestora de produto & imagem da empresa, indica que todos estes produtos “têm tido aceitação no mercado”.

A Mendes Gonçalves, detentora da marca Paladin, apresenta também um portefólio de produtos de inovação para todos os gostos. Um é o vinagre de sidra 100% natural, não filtrado e sem conservantes, que inclui ainda a variedade a versão mel e gengibre. Outro exemplo é o vinagre de figo seco ao sol. É “um produto que alia a tradição dos figos secos da nossa região com a inovação do processo produtivo e do packaging”, explica Joana Bailão, brand manager & international business operations da empresa. Há ainda os casos de vinagres biológicos de sidra e de vinho branco. A responsável, no entanto, relativiza a importância da faturação destes produtos. “Mais do que o peso na faturação, a inovação aporta valor à categoria, elevando a perceção do vinagre junto do consumidor. No final, cumprimos a nossa missão de honrar este produto milenar, enquanto especialistas de vinagre”, refere.

Da parte da Ponte Vertical, empresa que comercializa várias marcas internacionais em Portugal, a aposta na área dos vinagres continua a ser nas várias referências dos balsâmicos da marca Ponti. E, no seio da empresa, esta é uma das categorias mais dinâmicas em termos de vendas. “Os vinagres balsâmicos de Modena com Indicação Geográfica Protegida são uma tendência crescente que se evidência no nosso País, através da procura constante destes produtos da marca Ponti. O consumidor sabe que um bom vinagre balsâmico tem de ser certificado, proveniente de castas especificas e selecionadas de Modena, Itália”, sustenta Isabel Machado, diretora de marketing da empresa.

Pela panóplia de produtos existentes no mercado, os consumidores estão a dar grande importância aos produtos que deem resposta às suas preocupações ao nível da saúde. “Enquanto os consumidores mais velhos preocupam-se mais com o baixo teor de sal e de açúcar, as novas gerações mostram-se interessadas nos produtos biológicos, sem glúten, vegan e ricos em proteínas. Prestam atenção á rotulagem alimentar e apresentam intolerâncias que obrigam as marcas a mudar as suas receitas”, informa Rita Pacheco.

Neste âmbito, a empresa apresentou recentemente, em feiras internacionais, um novo produto designado POSCA.  “Uma bebida funcional, um tónico à base de vinagre Cristal com concentrado de frutas 100% natural & biológico, de romã e de maçã. Com um aroma muito agradável, POSCA pode ser consumido concentrado ou como shot, misturado com água lisa ou com gás”, adianta gestora de produto & imagem da Companhia dos Temperos. A nível nacional, o novo produto estará em breve na grande distribuição e nas lojas de produtos funcionais. Não é por acaso que o vinagre de vinho branco esteja a perder quota para as inovações que vão sendo introduzidas no mercado. “O vinagre de vinho branco, o principal vinagre a ser consumido pelos portugueses é o maior gerador de vendas, apesar de estar a perder importância a favor dos vinagres de sidra e dos vinagres balsâmicos, mais doces e suaves”, realça Rita Pacheco.

Joana Bailão realça que a categoria “não escapa à tendência global da necessidade e procura de transparência em relação aos ingredientes, origem dos produtos e processo de produção e também a procura por produtos mais diferenciados”. “De momento, estamos a preparar os lançamentos de 2020, onde pretendemos responder às necessidades dos consumidores mais exigentes e experimentalistas, através de soluções funcionais, naturais e sofisticadas”, indica a responsável da Mendes Gonçalves, salientando ainda que a empresa tem como um dos seus grandes pilares a inovação. Exemplos? A empresa foi “pioneira ao lançar no mercado vários vinagres, como o vinagre de sidra 100% natural, não filtrado, sem conservantes e com maçãs 100% nacionais, o vinagre de tomate, que foi único no mundo e o primeiro vinagre rosa, produto resultante de economia circular, em parceria com o Vale da Rosa”, enuncia. Quanto aos produtos mais vendidos, Joana Bailão avança o vinagre de sidra, fruto do crescimento registado nos últimos anos, e o vinagre de vinho branco.

A conveniência de preço e praticidade de utilização, assim como a “garantia de qualidade da marca são coordenadas cada vez mais valorizadas por quem procura novas, ou tradicionais, experiências gastronómicas, não descurando a saúde”, considera Isabel Machado ao referir-se às tendências de mercado. “Assiste-se mais a uma procura de produtos com menos sal, sem glúten e provenientes de agricultura biológica”, diz a diretora de marketing da Ponte Vertical, acrescentando: “as marcas estão atentas a essa procura, criando uma oferta alargada de produtos mais saudáveis, práticos de utilizar, com preços mais competitivos”. A empresa procura, assim, representar marcas que tenham como foco a inovação. “As marcas que representamos estão constantemente a inovar de acordo com a procura e tendências de consumo que são cada vez mais exigentes e abrangentes. A marca Italiana Ponti, por exemplo, lançou recentemente vários produtos que fazem toda a diferença pela combinação subtil de novos sabores com os tradicionais vinagres balsâmicos, procurando referências um pouco por todo o mundo”, assinala Isabel Machado.

Faturação em vinagre a aumentar

Pelos dados avançados pelas empresas contatadas pelo Hipersuper, a categoria está a registar um crescimento em valor. A Mendes Gonçalves, que faturou em vinagres mais de dois milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, registou um crescimento homólogo de perto de 5%. E até ao final do ano, a empresa espera faturar perto de três milhões de euros na categoria, adianta Joana Bailão.

Já a Companhia dos Temperos teve um volume de vendas em vinagre de 5 milhões de euros até setembro, estando o crescimento da faturação acima dos 10% em comparação com 2018. A empresa estima fechar 2019 com um volume de negócios de 6,5 milhões de euros na categoria de vinagre.

Com a aceitação de produtos de valor acrescentado por parte dos consumidores, as empresas esperam que o próximo ano também seja de crescimento. “Esperamos que o consumo de vinagre continue a crescer, alavancado pelas novas tendências no consumo de vinagre alimentar, procurando os consumidores vinagres mais diferenciados e mais nobres”, acredita Joana Bailão.

Citando um estudo do Internacional Market Research Consulting Group, Rita Pacheco adianta que o mercado de vinagre crescerá 1,2% até 2024. A empresa lançará, em 2020, alguns produtos, mas com cautelas. “Tal como o mercado, o espaço de linear também não é elástico e se lançarmos produtos só por dizer que temos um dep. I&D muito dinâmico estamos não só a defraudar as expetativas dos consumidores, como a desperdiçar recursos dos nossos clientes que colocam os nossos produtos à disposição de quem realmente os consome”, defende a gestora de produto da Companhia dos Temperos. A empresa pretende, por isso, investir em ponto de venda, consolidação comercial, na expansão internacional e desenvolvimento de novos produtos “em simbiose perfeita com o mercado e com os consumidores”.

Da parte da Gonçalves Mendes, os investimentos têm sido canalizados para a investigação, desenvolvimento e inovação, tanto ao nível dos recursos humanos, como ao nível de equipamentos e infraestruturas. “Em 2020 esperam-se novidades e lançamentos frutos deste investimento que temos feito na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos”, finaliza Joana Bailão.

 * Artigo originalmente publicado na edição 375 do Hipersuper

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