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Johnson & Johnson condenada a pagar €515 milhões pela promoção de opiáceos

Por a 27 de Agosto de 2019 as 18:48

Johnson & JohnsonA multinacional Johnson & Johnson foi condenada esta segunda-feira a pagar uma multa de 572 milhões de dólares (515 milhões de euros) no âmbito da crise de opiáceos que causou milhares de mortes nos Estados Unidos desde o início do século. 

Um tribunal do estado norte-americano do Oklahoma considera que a divisão farmacêutica da Johnson & Johnson adotou “práticas de marketing enganosas e de promoção aos opiáceos”, intensificando as vantagens e desconsiderando os riscos de dependência do uso dos produtos para alívio da dor.

A indemnização destinada ao tratamento de doentes e outras medidas para mitigar as consequências da crise de opiáceos, necessários durante os próximos 20 anos, ficou ainda longe dos 17 mil milhões de dólares exigidos pela acusação, aberta depois de o Ministério Público norte-americano ter responsabilizado a multinacional na crise que causou cerca de 700 mil mortes por todo o país, entre 1999 e 2017. 

No estado do Oklahoma registam-se mais de 6000 mortes desde o ano de 2000 por excesso de analgésicos. 

O tribunal considera que o grupo colocou em prática um plano para “influenciar diretamente e convencer médicos a receitaram cada vez mais opiáceos”, denuncia o procurador-geral do Oklahoma, Mike Hunter, pela mão de quem teve início este processo em 2017.

Segundo o processo judicial, em 2017 foram dispensadas 479 receitas de opiáceos por hora.

Nesse ano, Mike Hunter acusou, além da J&J, as farmacêuticas Purdue Pharma e Teva de terem inundado o mercado com opiáceos sem informar devidamente a população dos riscos. As duas outras empresas vão pagar ao estado do Oklahoma cerca de 243 e 76,5 milhões de euros, respetivamente.

A Johnson & Johnson já informou que irá recorrer da sentença, a qual pode dar azo a uma série de resoluções semelhantes, já que nos Estados Unidos estão em curso mais de 2000 processos, em mais de 40 estados, contra fabricantes de opiáceos.

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