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Estudo: O impacto da inteligência artificial no retalho em 2018

Por a 3 de Janeiro de 2019 as 15:28

inteligência artificialO investimento do setor da distribuição em Inteligência Artificial (IA) foi exclusivamente aplicado à área de vendas e marketing no ano passado, conclui um estudo realizado pela Capgemini. A pesquisa conduzida a nível mundial pela empresa de consultoria alerta para as vantagens de alargar o investimento em IA a todas as áreas da cadeia de distribuição.

Segundo o estudo, que pretendeu caracterizar o impacto real a tecnologia de IA teve nas atividades das empresas do setor da distribuição em 2018, há um potencial de “poupança superior a 300 mil milhões de dólares para os retalhistas que souberem alargar o âmbito das suas atuais iniciativas de IA e implementar esta nova tecnologia em larga escala”. Apenas 1% das atuais implementações desta tecnologia são realizadas em grande escala, acrescenta o documento.

Intitulado “Retail superstars: How unleashing AI across functions offers a multi-billion dollar opportunity”, o estudo faz o retrato do investimento artificial em sete grandes conclusões. Fique a par.

Mais de um quarto (28%) dos distribuidores já têm implementados projetos de IA: O estudo mostra que houve um aumento significativo das implementações de IA em 2018 por comparação com o registado em 2017 (17%) e em 2016 (4%). Em 2018, o número de empresas que implementaram tecnologias IA foi sete vezes superior ao registado em 2016.

Até agora, as implementações de IA têm criado mais postos de trabalho e eliminado muito poucos: Um total de 71% dos distribuidores afirmou que a IA tem criado mais postos de trabalho, sendo que mais de dois terços (68%) correspondem a funções de nível superior, como cargos de direção e coordenação, entre outros. Paralelamente, 75% dos inquiridos declarou que a IA não substituiu ou eliminou nenhum posto de trabalho nas suas organizações. As empresas que referiram ter havido eliminação de postos de trabalho em função da aplicação da IA, identificaram-nas como estando abaixo de 25.

Menos reclamações por parte dos clientes e mais vendas: Todas as empresas revelaram estar de acordo sobre o impacto que a IA pode ter no relacionamento com os seus clientes e  as suas vendas. Mesmo que as suas expectativas tenham diminuído por comparação com 2017, 985 dos inquiridos que já utiliza a IA nas funções relacionadas com o contacto com os seus clientes afirmou ter registado uma diminuição de 15% nas reclamações. Há, no entanto, uma alteração significativa face a 2017: 99% dos inquiridos afirmou esperar vir a aumentar em mais de 15% o volume das suas vendas. Em 2017, as opiniões eram muito divergentes e as expectativas situavam-se entre os 0% e os 15% ou o “não sabemos”. Todos os inquiridos são de opinião que as vantagens da IA são mensuráveis.

Existem milhares de milhões de dólares de poupanças futuras disponíveis com a utilização da IA, mas apenas uma minoria de empresas do setor retalho beneficia delas, por enquanto: Segundo o estudo, os distribuidores podem poupar mais de 300 mil milhões de dólares no futuro ao escalarem a utilização da IA a toda a sua cadeia de valor logística. No entanto, apenas 1% das atuais implementações de IA nas empresas deste setor estão ativas em várias localizações ou são em larga escala.

Implementações demasiado complexas e pouco centradas no cliente: Esta ausência de escalabilidade é provavelmente causada pelo facto de os retalhistas estarem mais focados em projetos demasiado complexos e com elevados valores de retorno. Os distribuidores que estão a desenvolver projetos de IA estão oito vezes mais vocacionados para projetos complexos do que para projetos quick win’ que poderão escalar mais facilmente. Por outro lado, as atuais implementações não estão suficientemente focadas no cliente final. Atualmente, os esforços de utilização da IA estão focados nos custos (62%) e no retorno do investimento (59%), enquanto a experiência do cliente (10%) e o conhecimento das fontes de descontentamento dos clientes (7%) ainda são aspetos secundários no leque de prioridades das empresas do setor.

IA oferece um enorme potencial quando aplicada às operações: Atualmente, apenas 26% dos casos de utilização da IA estão focados nas operações, no entanto estes são os mais rentáveis a nível do retorno do investimento. Alguns dos casos que mais se destacam incluem a utilização da IA nas tarefas de procurement (uma média de 7.9% de retorno do investimento), identificação de furtos em loja através da inclusão de leds com algoritmos (7.9%) e otimização da cadeia logística (7.6%). Esta última área é aquela que oferece maiores oportunidades em termos operacionais dado o elevado nível de eficácia que a inteligência artificial pode aqui alcançar.

Distribuidores são mais realistas quanto ao seu nível de preparação para uma implementação de IA: Em 2018, os distribuidores tornaram-se mais conscientes das possibilidades oferecidas pela IA e passaram a ser mais realistas quanto ao seu nível de preparação para abraçarem esta nova tecnologia. Em 2017, 78% das empresas acreditava possuir as competências necessárias para implementar a IA e, em 2018, apenas 53% acha que está preparada para este desafio. Em 2017, oito em cada dez empresas estimava que o seu ecossistema de dados estava preparado para suportar uma implementação de IA. Em 2018, esta percentagem desceu para os 55%. Por fim, enquanto em 2017 havia 81% a afirmar que possuía um calendário para a adoção da IA, em 2018 este valor caiu para os 36%.

Ficha técnica: A Capgemini examinou 400 empresas do setor da distribuição que têm casos de utilização real de IA em vários estágios de maturidade. Estas empresas representam 23% do volume de negócios do mercado mundial do setor do retalho. O estudo engloba também uma análise detalhada das iniciativas de IA dos 250 principais distribuidores a nível mundial em termos de volume de negócios.

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