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Quais as consequências de um mundo sem dinheiro? Metade dos seniores portugueses não sabe responder

Por a 12 de Dezembro de 2018 as 12:45

senior“51% do consumo global é controlado por pessoas com mais de 50 anos. São estas pessoas que vão fazer o drive da riqueza mundial”, afirma Paulo Raposo, country manager da Mastercard Portugal, para enquadrar o lançamento do estudo “Hábitos e atitudes face à evolução dos meios de pagamento”, feito junto da população sénior portuguesa e levado a cabo pela Ipsos-Apeme.

Uma das principais conclusões deste estudo, que entrevistou portugueses com idades entre os 60 e os 74 anos, é que 54% dos inquiridos não sabe dizer se um mundo cashless (sem dinheiro, só com pagamentos eletrónicos) traz mais vantagens ou desvantagens para os consumidores. Apesar de desconhecerem as consequências de viver num mundo onde o dinheiro não é a moeda de troca, os seniores portugueses acreditam que o caminho para o digital está a ser percorrido. “Daqui a dez anos será tudo feito pela via digital e pelo online”, prevêem.

Por sua vez, 32% dos entrevistados acredita que a transição para um mundo cashless trará mais desvantagens do que vantagens e, pelo contrário, 14% acredita que resultará em  mais aspectos positivos do que negativos.

Perfil dos consumidores seniores

O estudo começa por fazer um retrato destes cidadãos. Mais de 60% revela já ter um smartphone e um computador com ligação à internet. Um total de 32% tem um tablet com ligação à web e 20% revela não dispor de nenhum daqueles equipamentos. Além disso, 19% faz compras online, embora esporadicamente, e 25% tem instalada a aplicação do seu banco.

“Em 2030, 6,6 mil milhões de devices estarão ligados à internet. E este segmento usufruiu de outro tipo de equipamentos já conectados, mas ainda não tiram partido disso, como é exemplo o automóvel”, comenta Paulo Raposo.

O estudo revela que há ainda uma ligação emocional entre estes consumidores e os pagamentos em dinheiro, mas ressalva que esta ligação é mais acentuada no interior do país e junto da população com menos escolaridade. Para pagar compras de baixo valor, como o café, as refeições, o jornal, os tickets de estacionamento e as compras de mercearia, este segmento prefere utilizar dinheiro. Pelo contrário, para compras com valores a partir de 20 euros, preferem utilizar o cartão de débito, como nas compras de farmácia ou para adquirir eletrodomésticos ou produtos de eletrónica.

“Acredito que mais do que informar é preciso levar estes consumidores a experimentarem as novas formas de pagamento. Vamos trabalhar para criar casos de uso, gerar experimentação e repetição”, comenta o country manager da Mastercard Portugal.

O que pensam da evolução dos meios de pagamento

Estes consumidores reconhecem a evolução dos pagamentos eletrónicos nos últimos anos. Um total de 14% dos seniores portugueses considera que o homebanking, pagar com o telemóvel e o contactless são, por esta ordem, as três maiores alterações que o setor dos pagamentos viveu nos últimos anos. A maioria reconhece que houve uma “profunda evolução” e 69% considera que “a evolução foi positiva”.

Sobre as expectativas deste segmento em relação ao dinheiro daqui a dez anos, metade acredita que quem não dominar a tecnologia vai ter dificuldade em gerir as suas despesas. “27% receia que o fraco domínio da tecnologia seja uma barreira à adoção de novos meios de pagamento”, sublinha João Colimão, research executive & loyalty specialist da Ipsos APEME. Isto porque, para estes consumidores, daqui a dez anos, as contas serão pagas com o telemóvel, dispositivo que usaremos também para encomendar (e pagar) comida.

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