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Folhas de oliveira: descoberto método de extração sustentável do ácido oleanólico

Por a 8 de Novembro de 2018 as 14:49

A investigadora Ana CláudioChama-se ácido oleanólico, está presente em muitas frutas e vegetais e tem propriedades antioxidantes, anticancerígenas, anti-inflamatórias e antialérgicas. Na Universidade de Aveiro (UA) uma equipa de químicos desenvolveu um método mais sustentável capaz de extrair este ácido das folhas de oliveira. A pensar nas indústrias farmacêutica e do azeite, o método de extração desenvolvido promete dar um valor acrescentado aos milhares de toneladas de folhas que o país produz todos os anos.

“O interesse no ácido oleanólico deve-se às suas propriedades benéficas para a saúde humana, nomeadamente as propriedades antioxidantes, anticancerígenas, anti-inflamatórias e antialérgicas, apresentando assim um grande interesse para a indústria farmacêutica”, explica a investigadora Ana Cláudio que, juntamente com Emanuelle Faria, Armando Silvestre e Mara Freire do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do Departamento de Química da UA, assina o trabalho.

As folhas de oliveira são um resíduo proveniente da indústria do azeite, uma das indústrias mais relevantes em Portugal e que, ao nível mundial, gera anualmente cerca de um milhão de toneladas de folhas.  Atualmente, este resíduo é normalmente queimado para gerar energia já que, para se extrair o ácido oleanólico, o método até agora existente não é sustentável e recorre à utilização de solventes orgânicos voláteis, muitas das vezes tóxicos e carcinogénicos.

Trabalho a pensar nas indústrias nacionais

Na UA, os investigadores descobriram ser possível extrair o ácido oleanólico com a utilização de soluções aquosas de líquidos iónicos a temperaturas próximas do ambiente, substituindo a utilização de solventes orgânicos voláteis e as elevadas temperaturas para o efeito.

“Este trabalho surgiu com o intuito de valorizar este subproduto através da extração e recuperação de compostos de valor acrescentado presentes nas folhas de oliveira, tais como os ácidos triterpénicos [onde o ácido oleanólico se insere]”, explica Ana Cláudio cujo trabalho contou também com a colaboração da Universidade Tecnológica de Viena (Áustria).

 

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