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Sustainable Retail Summit: A nata do retalho mundial vai reunir em Lisboa

Por a 16 de Outubro de 2018 as 10:13

Marjolein Raes_3A terceira edição do Sustainable Retail Summit vai acontecer em Portugal, nos dias 25 e 26 de outubro. A conferência organizada pelo Consumer Goods Forum traz a Lisboa os líderes de algumas das maiores cadeias de retalho internacionais e de multinacionais do grande consumo. 

Executivos de topo da Walmart, Ahold-Delhaize, Migros, Marks and Spencer, Metro, Sainsbury, Coca-Cola, Henkel, Danone, Mars, L’Óreal e Nestlé vão reunir em Lisboa para discutir temas como a saúde e o bem-estar, o trabalho forçado e o desperdício alimentar. Em entrevista ao Hipersuper, Marjolein Raes, diretora do Sustainable Retail Summit, fala dos temas que vão ser abordados no evento.

O Sustainable Retail Summit decorre este ano em Lisboa. Vai em que edição?

O Sustainable Retail Summit (SRS) Lisboa é a terceira edição do evento e acontece depois de duas bem-sucedidas edições, em Montreal, em 2017, e em Paris, em 2016.

Por que escolheram Portugal para realizar o SRS?
Portugal tem uma comunidade dinâmica de retalho, que está na vanguarda da abordagem às questões que preocupam o setor, como a exploração laboral, as alterações climáticas, a transparência da cadeia de abastecimento e a saúde e o bem-estar.

Quais os temas em destaque nesta edição?

A edição deste ano é dedicada ao tema “Implement for a Sustainable Healthier Tomorrow” [Implementar hoje para um amanhã mais sustentável e saudável]. O desafio é mostrar aos profissionais como acelerar a mudança e implementar ações positivas nos negócios, para as pessoas e para o planeta, além de apoiar a mudança de comportamento.

Este ano incluímos na agenda da conferência o tema dos plásticos e dos resíduos sólidos. Nunca este tópico foi abordado de forma tão frontal e central. Os participantes vão ouvir como a indústria dos bens de consumo está a procurar fazer a sua parte e também a equipa que produz a série documental Blue Planet II, da BBC.

Também ouviremos testemunhos sobre como as empresas estão a integrar com sucesso os trabalhadores migrantes na sua força de trabalho e como as ações colaborativas em todo o mundo estão a inspirar vidas mais saudáveis. E, se isso não for suficiente, as nossas sessões interativas, nas quais respondemos a perguntas pertinentes, como, por exemplo, “como fazer com que as questões ambientais e sociais funcionem para consumidores e marcas?”, e a nossa impressionante lista de oradores, entre CEO e responsáveis do governo português, garantirão que os participantes entendam o que significa impulsionar mudanças positivas de cima para baixo nas suas organizações.

Outro destaque deste ano será a peça produzida por Bordallo II, um artista português que transforma lixo em grandes figuras de animais para sensibilizar para o perigo da poluição ambiental e a ameaça que representa para o habitat de muitas espécies.

Quantos profissionais esperam receber no Summit?

Esperamos que cerca de 250 profissionais e stakeholders participem no SRS. É uma oportunidade única para CEO, especialistas em FMCG e representantes governamentais de alto nível se juntarem a discutir ideias e partilhar soluções para os principais desafios do setor.

Que tipo de profissionais estão inscritos na conferência?

Os participantes incluirão especialistas em sustentabilidade e saúde, profissionais de sourcing, agentes de mudança, representantes de retalhistas, fabricantes, governos e reguladores, autoridades de saúde pública, associações de consumidores, ONG, associações retalhistas, organizações internacionais, profissionais de media e académicos que estão a implementar mudanças no terreno.

Saúde, sociedade e meio ambiente. Estas três palavras são os pilares da SRS? 

Essas áreas representam o SRS e estão alinhadas com o foco estratégico do Consumer Goods Forum (CGF). As nossas iniciativas concentram-se em algumas das oportunidades e dos riscos mais importantes enfrentados pelo setor globalmente.

Na CGF, trabalhamos em tópicos globais que exigem a colaboração de líderes e CEO, já que somos a única organização que reúne retalhistas e fabricantes de bens de consumo de todo o mundo para garantir a confiança do consumidor e impulsionar mudanças positivas.

Os principais desafios enfrentados pela indústria têm um forte impacto nas pessoas, no planeta e nos negócios. Esforçamo-nos para erradicar o trabalho forçado das cadeias globais de abastecimento e das operações das nossas próprias empresas associadas. Para posicionar a indústria como líder no combate às alterações climáticas e na redução do desperdício, ajudar as empresas e outros parceiros a colaborarem para capacitar as pessoas a viverem com mais saúde e demonstrar como os negócios podem ser uma força para fazer o bem.

Como é que a saúde e o bem-estar, o trabalho forçado e o desperdício estão a influenciar esta indústria?

As pessoas querem ter uma vida mais saudável e esperam que a indústria desempenhe um papel para ajudá-las a dar resposta às suas necessidades de saúde e bem-estar. É uma clara oportunidade para as empresas realmente contribuírem para a saúde pública e para uma cultura de prevenção. Através da nossa iniciativa “Colaboração para Vidas mais Saudáveis”, a CGF está a criar um movimento coletivo que junta retalhistas, fabricantes e stakeholders locais na promoção de comportamentos mais saudáveis.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, quase 25 milhões de pessoas são vítimas de trabalho forçado. A indústria está em risco. As complexas cadeias globais de abastecimento estão desagregadas e dependem de mão de obra pouco qualificada. O trabalho forçado pode ser encontrado em setores como alimentação e bebidas, agricultura, indústria e muitos sub-segmentos de bens de grande consumo, como o óleo de palma e os frutos do mar, por exemplo. Estamos a trabalhar como uma única indústria para impulsionar a colaboração global entre retalhistas e fabricantes, abordando o trabalho forçado como uma das questões sociais mais prementes do nosso tempo.

Já o desperdício de alimentos é um enorme desafio ambiental, social e económico. Um terço das calorias alimentares produzidas no mundo não são consumidas. Isso representa um custo económico para a economia global de 940 biliões de dólares por ano. Se o desperdício de alimentos fosse um país, a sua pegada de carbono seria a terceira maior, depois da China e dos EUA.

Dada a importância destes tópicos, o SRS promove sessões práticas sobre como implementar mudanças e dar resposta a estas questões e como os consumidores e as empresas estão a adotar ações positivas para mudar o seu comportamento.

Quais os oradores em destaque nesta edição?
Temos uma lista impressionante de oradores, incluindo vários membros do governo português, como Fernando Araújo, secretário de estado da saúde, João Pedro Matos Fernandes, o ministro do ambiente, Francisco Goiana da Silva e David Gouveia, adjunto e chefe de gabinete do secretário de estado adjunto e da agricultura, respetivamente. Também temos um painel de CEO, de grandes empresas como a Sainsbury, a Henkel e a IGA (Independent Grocers Alliance), e representantes da Jerónimo Martins, da Sonae e das fundações Oceano Azul e Mirpuri, entre outros especialistas do setor e académicos.
O que os profissionais podem esperar do SRS?
Reunimos os principais intervenientes dos setores privado, público e da sociedade civil para discutir os principais tópicos e promover mudanças em toda a indústria. Os participantes podem esperar discussões inspiradoras em torno da necessidade de criar melhores hábitos para nós e para o planeta, com exemplos de como reduzir em metade o desperdício de alimentos, erradicar o trabalho forçado, implementar uma economia circular e capacitar os consumidores mais saudáveis.

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