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Leia ou releia a opinião de António Costa (Kaizen Institute): Simplificar para inovar no retalho

Por a 21 de Agosto de 2018 as 12:35

António Costa, senior partner Kaizen Institute Western EuropePor António Costa, senior partner Kaizen Institute Western Europe

O mercado do retalho encontra-se em constante evolução, pelo que o fator diferenciação tem um papel fundamental na captação da atenção do consumidor. As empresas do setor terão de apostar na inovação como ingrediente para crescerem, num momento em que a exigência é cada vez maior e a entrada de novos players ganhou um novo destaque.

Contudo, é necessário saber em que direção se deve inovar, ou seja, quais as linhas que deverão guiar estes esforços de diferenciação. Atualmente, é possível antever quais serão as tendências a marcar os próximos anos do setor retalhista e é interessante constatar que quase todas elas já podem ser percecionadas nos dias de hoje.

  1. Ética: o consumidor estará cada vez mais atento à origem, sustentabilidade, condições laborais e práticas de gestão aplicadas no desenvolvimento e distribuição do produto que adquire.
  2. Smart living: o consumidor procurará total automatização nas compras não emocionais, com poupança de tempo e maior comodidade, sem sair de casa.
  3. Do it for me: o consumidor deixará de estar disposto a realizar as atividades onde não identifica valor. Veja-se o exemplo dos consumidores que gostam de cozinhar as suas refeições, mas que procuram que seja o retalhista a fazer a seleção, embalamento e entrega dos ingredientes já prontos a utilizar.
  4. Inteligência Artificial: a introdução da robótica nos serviços poderá vir a ser associada à substituição de pessoas por robots, nas tarefas onde a componente humana não seja uma mais-valia, libertando-as para ações mais importantes. Nos últimos anos, o McDonald’s, por exemplo, procurou tirar partido da introdução de máquinas de pedido e pagamento automático, realocando parte dos funcionários numa nova atividade percecionada pelos clientes como diferenciadora numa cadeia de fast-food – o serviço à mesa.
  5. Cadeias de abastecimento: a condução autónoma e a robótica vão mudar drasticamente a cadeia de abastecimento do retalho, com alterações profundas no processo de entrega.
  6. Fidelização: obter a confiança dos consumidores será cada vez mais difícil. A vasta oferta de mercado e a tendência para consumidores mais informados e exigentes desafiam as empresas a ter uma margem para erro quase nula.

É necessário que as organizações estejam não só alerta para as tendências de mercado, como preparadas para acompanharem e serem líderes desta evolução. Com mudanças aliadas em grande parte à tecnologia e capacidade de adaptação, a estratégia a montante tem um papel ainda mais primordial. Antes da introdução de soluções tecnológicas avançadas, os processos e as cadeias de abastecimento devem estar lean e altamente otimizados. Desta forma, a mitigação de todas as atividades sem valor acrescentado para o cliente permitirá, por si só, aumentos de produtividade, incrementos na flexibilidade, diminuição de custos e excelência no nível de serviço. A simplificação e desenvolvimento da aptidão das equipas para melhorar de forma contínua são os alicerces para uma evolução tecnológica sólida. Só assim todo o potencial do seu investimento poderá ser percecionado nos resultados, com uma diminuta necessidade de resolução de problemas profundos ao longo do tempo.

As novas tendências no retalho devem ser encaradas com otimismo e integradas na estratégia de qualquer player, exigindo uma preparação urgente das empresas para as receber.

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