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Central de compras Horizon pode gerar “reforço de exigências abusivas”

Por a 4 de Julho de 2018 as 15:40
Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

A central de compras Horizon, anunciada por quatro grandes retalhistas internacionais, tende a gerar um “reforço das exigências abusivas” sobre os fornecedores, considera Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, em declarações ao Hipersuper.

 O Auchan Retail, o Casino Group, o Metro e o Schiever Group anunciaram a criação de uma central de compras global que atuará em vários mercados. Pedro Pimentel defende que estas alianças “têm um forte impacto sobre os fornecedores que enfrentam compradores cada vez mais poderosos e exigentes e em cada vez menor número”.

“Há uma diminuição do número efetivo de clientes – e logo das alternativas de mercado -, uma diminuição do número de fornecedores que têm relação comercial com este novo cliente – que se substitui aos retalhistas com quem se relacionavam anteriormente – e uma diminuição do espaço destinado a um sortido mais alargado, reduzindo as opções de escolha para o consumidor”, realça o responsável da Centromarca.

Mencionando que este tipo de alianças é concretizado para os seus participantes ganharem competitividade face à concorrência, Pedro Pimentel advoga que “essa vantagem concorrencial é invariavelmente obtida à custa das exigências adicionais feitas junto dos fornecedores que são, numa larga maioria dos casos, efetivos perdedores nesta equação”.

“Com a constituição destas alianças, existe como que uma dupla-portagem, sendo que o fornecedor tem que estabelecer acordo com a nova central, antes de negociar diretamente com os retalhistas e sem que, em geral, beneficiem de um qualquer tipo de contrapartida que justifique os custos adicionais que têm que absorver”, acrescenta.

Centromarca preocupada com aliança entre a Tesco e Carrefour

A Centromarca também manifesta preocupação com alianças como a estabelecida entre o retalhista francês Carrefour e o retalhista britânico Tesco.

As duas empresas anunciaram uma aliança de longo prazo para aumentarem o poder negocial junto dos fornecedores. O objetivo é a diminuição de custos.

Em declarações à Lusa, Pedro Pimental lamentou que estas alianças ocorram “sem qualquer escrutínio das autoridades”, o que poderá “afetar a estrutura económica” dos fornecedores.

Pedro Pimental, à agência noticiosa, explicou que a partilha de informações decorrentes destas alianças confere às empresas enorme poder de negociação com os fornecedores.

 “É importante que as nossas autoridades [europeias] estejam atentas ao impacto”, afirmou à Lusa, alertando para a diminuição da concorrência que estas alianças acarretam.

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