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Startup espanhola quer inovar comércio de flores em Portugal

Por a 2 de Julho de 2018 as 10:48

Colvin_fundadoresEmpresa espanhola que comercializa flores online expandiu recentemente a atividade. Entrada em Portugal ocorreu no final de abril, com um modelo de negócio que elimina intermediários e encurta tempo de chegada do produto às mãos do consumidor

Comprar flores sem sair de casa. É ir a um site e encomendar, à preferência do consumidor. O preço das flores varia entre os 20 e os 40 euros. A startup espanhola Colvin, fundada no último trimestre de 2016, iniciou a comercialização online de flores em Portugal num período simbólico, a 27 de abril, a poucos dias do Dia da Mãe. “O mercado português vale cerca de 500 milhões de euros e é um mercado fragmentado e maioritariamente offline. A tendência do comércio eletrónico é cada vez maior e tem uma penetração de 58%. Considerámos que tínhamos um produto diferenciado que ia ao encontro das necessidades dos portugueses e que iria revolucionar o setor”, refere ao Hipersuper Sergi Bastardas, chief operating officer da empresa.

Criada por Sergi Bastardas, Andrés Cester e Marc Olmedillo, antigos alunos da ESADE em Barcelona e ex-quadros de empresas multinacionais, a empresa de venda online de flores considera a entrada no mercado português como um passo natural na estratégia de expansão. “Devido à proximidade geográfica. Contamos com um investidor português, a Busy Angels, que nos apoiou neste passo. Sentimos que nos conseguiríamos diferenciar no mercado português devido à nossa oferta de valor acrescentado”, explica Bastardas.

O modelo da operação baseia-se na otimização e racionalização da distribuição, eliminando intermediários e o tempo de chegada do produto às mãos do consumidor. “O processo de distribuição de flores comum exige vários intervenientes e, como tal, apresenta mais custos, causa mais desperdício e demora mais tempo”, afirma. O responsável conta que, através dos canais tradicionais, as flores levam entre nove a 16 dias a chegar ao consumidor. “Os custos são seis vezes mais do que se o consumidor adquirisse diretamente ao produtor e o desperdício verificado neste processo é 50% superior”, explica. Estando a operação montada para eliminar intermediários, a Colvin adotou o conceito “da terra para o vaso”. “Somos o único intermediário entre o produtor e o consumidor final. O período desde o corte até à entrega em casa corresponde entre dois a quatro dias”, acrescenta.

ColvinAs flores são distribuídas em Portugal em todo o território, excetuando Açores e Madeira. “A equipa seleciona as flores na origem, corta no momento em que o pedido é feito e depois são enviadas diretamente para o destino. Deste modo asseguramos que as flores chegam sempre frescas e duram mais tempo. Além disso, as flores são enviadas em botão para proteger as pétalas delicadas ao longo da viagem, permitindo que o consumidor tenha mais tempo para desfrutar delas. Ao não envolvermos intermediários no processo de distribuição, reduzimos o tempo entre o corte e a chegada ao consumidor, entregando flores muito mais duradouras e a um preço mais competitivo”, explica. O cofundador da empresa, que tem 30 colaboradores, conta que este modelo de negócio foi uma resposta à falta de inovação que considera existir no comércio de flores. “Traduzia-se em poucas ofertas online de floristas, bouquets pouco personalizados e muito caros que duravam apenas entre três e quatro dias e numa atenção às necessidades do cliente muito reduzida”, garante.

Estando nos planos da empresa a criação de parcerias com fornecedores portugueses nos próximos meses, a operação logística é assegurada por empresas espanholas. “Garantem remessas em menos de 24 horas e com as quais já temos contratos e sistemas integrados em Espanha”, especifica. Não revelando o valor das vendas em Espanha e as perspetivas de negócio no mercado nacional, Sergi Bastardas adianta que o objetivo é “consolidar a nossa presença no mercado português e desenvolver todo o processo de distribuição em Portugal. “Ainda estamos no primeiro mês de lançamento, mas já recebemos um feedback muito positivo dos consumidores, que nos dá confiança para continuar a investir”, realça.

Não existindo perspetivas de abrir, por enquanto, lojas físicas nos mercados onde está presente, o serviço é sobretudo direcionado para um público jovem, os millennials. “As compras online estão a crescer muito rapidamente, verificando uma penetração de 58% em 2018 e uma previsão de 75,8% para 2022”, termina.

*Artigo originalmente publicado na edição de junho do Jornal Hipersuper

 

 

 

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