Se a sua marca tivesse uma voz qual seria?
Victoria Loomes, senior trends and insights analytics da TrendWhatching, enumera dois escândalos que envolveram marcas mundiais para fazer uma ligação entre este tipo de casos e a diminuição da confiança dos consumidores nas marcas. O passageiro retirado à força do avião da United Airlines e os dados de 87 milhões de utilizadores do Facebook usados sem a sua autorização. “A confiança nas instituições está a cair desde 2003. E isto é preocupante. O que faz o relacionamento entre marcas e consumidores é a confiança”, sublinha Victoria Loomes.
É especialmente preocupante junto dos consumidores mais jovens, sustenta. “70% dos millennials vão gastar mais com marcas que apoiam causas”. Victoria Loomes aconselha as empresas a utilizarem a sua cultura interna para dizer ao mundo que tipo de marca são. “Se a sua marca tivesse uma voz qual seria?. Que elementos de cultura interna podem ser um ativo de marketing?”, questiona.
E dá um exemplo de um caso bem-sucedido. A Danone passou dois anos a entrevistar os seus colaboradores para desenhar um manifesto que resume o que será a empresa e as suas marcas no futuro.
“Ser a marca mais honesta da sua indústria é uma oportunidade”
Um dos pilares da estratégia de responsabilidade social das empresas é a honestidade. “Ser a marca mais honesta da sua indústria é uma oportunidade”, diz a responsável da TrendWhatching, acrescentando que “os consumidores confiam nas marcas que são honestas e mostram isso nas suas campanhas”. E dá um número. “57% dos consumidores conectam-se mais com pessoas comuns do que com celebridades”. “Os conteúdos são mais autênticos”; “Sentimos que somos como eles”, dizem os consumidores.
Uma tendência é a associação das marcas ao ativismo. “As marcas inteligentes estão a acordar para o poder de influência dos ativistas, juntando-se a pessoas que apoiam causas e, assim, ganhar força junto dos consumidores”. A pergunta que se impõe é: “há algum influenciador que eu possa ter como parceiro?”, aconselha Victoria Loomes.