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Administrador do Intermarché revela como vê o futuro da cadeia de supermercados

Por a 21 de Novembro de 2017 as 11:57

Para assinalar a edição 350 do Jornal Hipersuper (novembro), convidámos Vasco Simões, Administrador do Intermarché, a relatar na primeira pessoa como vê o futuro da cadeia de supermercados do grupo Os Mosqueteiros

 

Por Vasco Simões, Administrador do Intermarché

A revolução digital já chegou a todos os pontos da nossa vida e das nossas atividades diárias. O comércio não escapa a essa revolução e o conceito de ecommerce tem crescido significativamente em todo o mundo. O ritmo de penetração do comércio digital varia de setor para setor, de produto para produto, mas é uma realidade.

Temos procurado acompanhar essa evolução. Até 2020 perspetivamos que em 90% das nossas lojas será possível fazer compras desta forma. Atualmente uma grande percentagem dos nossos pontos de venda já tem loja online. Na loja virtual, o cliente encontra a qualidade e os preços da sua loja habitual, inclusive campanhas exclusivas que apoiam a poupança. Este serviço permite ainda que o cliente saiba exatamente de que lojas vêm os seus produtos, até porque quando seleciona a sua localidade seleciona também a loja específica de onde deseja encomendar. O comércio online tem muitas vantagens as mais relevantes têm que ver com a rapidez e comodidade do serviço. Mas se o cliente optar pelo ponto de venda, encontrará a simpatia que carateriza o comércio tradicional, a formação, a disponibilidade e o apoio dos colaboradores de loja.

A evolução digital não nos impede de manter e cultivar uma postura característica do comércio tradicional: o da proximidade e do contacto direto com o cliente. Há 26 anos, fomos pioneiros numa estratégia que passou pela criação de lojas nas zonas rurais e nos pequenos centros urbanos. Quando construímos o primeiro ponto de venda fizemo-lo de forma completamente diferente da concorrência, fora das grandes cidades, procurámos colmatar uma falha nas localidades mais pequenas e sem acesso a bens de grande consumo, o que nos permitiu criar uma relação forte de proximidade com as comunidades onde implantámos as nossas lojas. Hoje temos 245 pontos de venda de norte a sul do País: somos uma história de sucesso.

Este processo de crescimento foi acompanhando as tendências de consumo e apesar da nossa génese tradicional, não podemos fugir aos mandamentos da distribuição moderna. O Intermarché assume-se assim como o tradicional da distribuição moderna. O contacto pessoal e a relação que se cria entre cliente e colaborador são valorizados e por isso acreditamos que as lojas físicas, no modelo em que as concebemos, não vão acabar. As nossas lojas têm sido adaptadas às necessidades dos nossos clientes e é neste ponto que salientamos a importância da inovação. Recentemente inaugurámos um novo conceito, o de praça/ mercado tradicional, que aproxima a loja das suas origens. Somos um grupo de empresários independentes, que gerem a sua loja de forma autónoma e que conhecem a localidade onde se inserem melhor que ninguém. Os gestores de loja são, ao mesmo tempo, vizinhos e amigos dos clientes e têm, com eles, uma relação de proximidade única e especial, que apenas o comércio tradicional consegue igualar. Isso permite que os próprios aderentes possam antecipar as necessidades dos seus clientes e, sendo eles empresários autónomos, podem adotar as soluções que consideram mais adequadas para responder a essas necessidades. O que diferencia as nossas lojas é exatamente este vínculo que desperta nos aderentes uma ligação quase umbilical às regiões onde se instalam.

Em defesa do comércio offline destaco alguns objetivos do nosso plano de expansão. Para além do investimento em manutenção e remodelação dos atuais pontos de venda, contamos manter o ritmo de aberturas de novas unidades. O aumento de metros quadrados irá representar um investimento de 200 milhões de euros, um investimento que queremos que se repercuta em quota de mercado e volume de negócios, a meta é chegar aos 13,5% de quota de mercado e 2,9 mil milhões de euros de volume de negócios. Além disso, vamos manter a aposta nos postos de combustível, respondendo ao que acreditamos ser uma necessidade do consumidor que nos visita. Perspetivamos que até 2020 todas as lojas tenham posto de combustível associado. O crescimento do nosso parque de lojas irá também possibilitar a criação de postos de emprego, o que significa que além de estarmos a fomentar o empreendedorismo, ao recrutar novos aderentes que poderão criar o seu próprio negócio, estaremos também a contribuir para o desenvolvimento da economia e a dinamizar a nossa relação comercial com parceiros e fornecedores.

*Texto originalmente publicado na edição impressa de novembro do Jornal Hipersuper

 

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