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Retalho especializado protagoniza contas da distribuição na primeira metade do ano

Por a 22 de Setembro de 2017 as 13:28

O retalho especializado é o protagonista das contas da distribuição na primeira metade do ano. Todos os setores – vestuário, combustível, bens de equipamento, entretenimento e medicamentos sem receita – aumentam vendas nos primeiros seis meses de 2017

Os supermercados venderam 100 milhões de euros em vestuário nos primeiros seis meses de 2017, uma queda de 6,8% face a igual período do ano anterior, segundo dados do Barómetro da APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição). Com uma quota de mercado de 11%, o retalho alimentar é o único canal de distribuição a perder vendas (menos sete milhões de euros) neste mercado que, entre janeiro e julho, alcançou um volume de negócios global de 914 milhões. Uma tendência que expressa novas tendências de compra num mercado cada vez mais diversificado, explica Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da associação que defende os interesses das empesas de distribuição em Portugal. “O comércio regressou às ruas à boleia do turismo, à medida que nascem cada vez mais lojas, muitas especializadas”.

O volume de negócios das cadeias especializadas no retalho têxtil, como a Zara ou a Springfield, cresceu 1,1% para os 572 milhões de euros. Mais de seis em cada dez peças de roupa foram compradas no retalho moderno especializado em moda, ou seja 62,6%.

No entanto, o canal que mais cresce até junho é o retalho de rua. As vendas de vestuário nas lojas independentes aceleraram 9,1% para os 242 milhões de euros. Uma evolução que se reflete na quota de mercado destes espaços que aumenta 1,7 pontos percentuais nos primeiros seis meses do ano para 26,5% do total de vendas. O mercado nacional de vestuário cresceu 2,1% até junho. A categoria ganhou novos compradores e apesar de, em média, o consumidor gastar menos em cada ocasião de compra (-6,2%) deslocou-se mais vezes a estes espaços comerciais (+3,5%) para renovar o guarda-roupa.

Venda de combustível cresce 4,5%

No seu conjunto, o retalho de base não alimentar atingiu um volume de negócios de 3.727 milhões de euros, um crescimento de 4,5% face ao primeiro semestre de 2016. Além de vestuário, integra as vendas de combustível, a maior categoria em volume de negócios (1.717 milhões), de entretenimento e papelaria (+8,4%) e de bens de equipamento (+5,3%). Os bens de equipamentos são a segunda maior categoria na distribuição não alimentar em faturação (980 milhões de euros). Neste segmento em particular, os maiores aumentos em vendas registaram-se nos bens de telecomunicações – smartphones, acessórios e auriculares – e nos grandes eletrodomésticos – frigoríficos e máquinas de lavar loiça.

O retalho alimentar esteve menos dinâmico. Aumentou as vendas em 3,3% para 5.240 milhões de euros entre janeiro e junho.

Medicamentos sem receita crescem 1,8%

Os espaços de saúde e os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) têm vindo a ganhar peso na faturação do setor do retalho. No Barómetro da APED, são analisados isoladamente com base em dados do Infarmed (não entram na rubrica do retalho não alimentar).

As vendas de MNSRM alcançaram no ano passado 291,4 milhões de euros. As farmácias venderam 243 milhões de euros, mais 1,8%. Os espaços de saúde e parafarmácias faturaram 48,6 milhões de euros, um crescimento de 9,1%. Apesar do maior crescimento em unidades vendidas e em faturação nos espaços de saúde, são as farmácias que dominam a venda destes medicamentos com uma quota de 88,7%.

A diferença de preços praticada naqueles canais de distribuição cresceu no segundo trimestre deste ano. Nos espaços de saúde, os preços dos cinco MNSRM mais vendidos eram 11% mais baixos do que os praticados nas farmácias, revela o Barómetro.

Os associados da APED operam 588 lojas neste segmento que conta um universo de 1.187 pontos de venda. A diretora-geral da associação revela estar em negociações com o Infarmed e o Ministério da Saúde com o objetivo de alargar a lista destes medicamentos. A ideia é ter uma “oferta mais diversificada, tal como já acontece noutros países europeus, com mais experiência neste mercado”, que em Portugal abriu à concorrência em 2005.

 

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