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Google chega a acordo de €918M com HTC para potenciar divisão de hardware

Por a 21 de Setembro de 2017 as 15:31

A Google chegou a um acordo com a chinesa HTC, o qual prevê a transferência de 2000 profissionais da produtora de dispositivos eletrónicos para a divisão de hardware da gigante norte-americana, anunciou esta quinta-feira, em comunicado, Rick Osterloh, vice-presidente senior daquela divisão.

Segundo as agências de notícias Reuters e Bloomberg, o acordo totaliza 1,1 mil milhões de dólares (918,5 milhões de euros) e, apesar de não incluir ativos físicos, abrange também uma licença “não-exclusiva” da propriedade intelectual da HTC.

Os 2000 engenheiros e designers (o equivalente a um quinto do total dos recursos humanos da HTC) transferidos para o grupo Alphabet, dono da Google, pertenciam à equipa que ajudou a construir o Pixel – o primeiro smartphone de marca própria da gigante de pesquisas online, lançado no último ano.

Com este passo, a Google pretende assumir maior controlo da produção dos seus dispositivos móveis, para a qual tem recorrido a empresas externas.

A gigante de pesquisas online colabora há uma década com a HTC. Em conjunto, as empresas lançaram em 2008 o primeiro smartphone com sistema operativo Android integrado, conhecido como T-Mobile G1, além do Pixel que, em um ano, conquistou menos de 1% de quota de mercado mundialmente, com um volume de vendas estimado de 2,8 milhões de unidades, de acordo com dados da IDC (International Data Corporation) citada pela Reuters.

De acordo com Rick Osterloh, depois de introduzir no último ano a primeira família de equipamentos com marca própria da Google, que além dos smartphone inclui os sistemas Home, Wifi, Daydream View e Chromecast Ultra, a empresa vai lançar a 4 de outubro a segunda geração de produtos próprios. A Reuters diz que se espera o lançamento de dois modelos Pixel e um Chromebook.

“Estamos entusiasmados com os lançamentos previstos para 2017, mas ainda mais com o que estará em loja nos próximos cinco, dez e até 20 anos. Criar produtos atrativos que os consumidores confiam no dia-a-dia é uma jornada e nós estamos a investir a longo prazo. Por isso assinamos o acordo com a HTC, que irá alimentar ainda mais inovações nos próximos anos”, afirma no comunicado Rick Osterloh, contratado pela Google no último ano para assumir a liderança da divisão de hardware. A empresa está a consolidar a sua equipa interna para produzir pela própria mão os seus dispositivos.

O atual vice-presidente senior é um antigo executivo da Motorola, empresa que a Google adquiriu em 2012 por 12,5 mil milhões de dólares (cerca de 10,4 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para ganhar músculo no mercado de smartphones frente à Apple.

No entanto, dada a incapacidade da Motorola em produzir produtos atrativos para competir com os iPhones, foi vendida dois anos depois à chinesa Lenovo, por menos de 3 mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros). O atual acordo com a HTC, que se cinge à equipa e propriedade intelectual, representa uma nova investida no segmento de smartphones, mas com menos riscos para a Google.

Para a HTC, o acordo permite concentrar esforços nos equipamentos de realidade virtual e reduzir custos operacionais entre “30 a 40%”, explicou Peter Shen, Chief Financial Officer (CFO) da empresa sediada em Taiwan, citado pela agência Reuters.

Desde 2011, quando atingiu o pico de 8,8% de quota no mercado de smartphones, a HTC tem perdido terreno. No último ano, a quota fixou-se em 0,9%. O seu valor de mercado caiu 94% desde 2011 para os atuais 1,9 mil milhões de dólares (cerca de 1 589 milhões de euros).

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