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Distribuição promete ajudar a resolver crise da fileira da batata

Por a 23 de Agosto de 2017 as 17:44

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) assumiu o compromisso de apoiar a promoção do consumo da babata nacional, através de um acordo com a Associação da Batata de Portugal (Porbatata).

O anúncio surge após o Governo ter acionado esta terça-feira (22 de agosto) uma linha de crédito no valor de três milhões de euros para dar suporte à armazenagem e conservação da batata durante o período de deflação dos preços no retalho, que neste momento estão abaixo do custo de produção. Segundo o portal do Governo, a “retirada de parte da produção do circuito comercial foi considerada a medida mais adequada para restabelecer o equilíbrio entre a procura e a oferta”.

Contactada pelo HIPERSUPER, Sandra Pereira, secretária-geral da Porbatata, explica que a colaboração com a APED passa pela realização de ações de promoção em loja, de forma a sensibilizar o consumidor para o consumo da batata nacional. “Neste momento, ainda não temos ações agendadas. A campanha de 2017 está quase no final, pelo que devemos começar a apostar na promoção a tempo da campanha do próximo ano. Mas ainda está tudo em aberto”.

Além dos preços de venda não cobrirem os custos de produção, devido à queda do consumo, o cenário agrava-se pelo “excesso de produção da atual campanha, quer em Portugal quer na Europa em geral”. O que dificultou também as exportações da fileira portuguesa da batata. “Existe uma altura do ano, entre maio e junho, que por norma exportamos e este ano essa janela não existiu porque a Europa também tinha batata em excesso”, sublinha a secretária-geral da associação que surgiu em setembro de 2016 para promover e organizar a fileira nacional da batata, desde a produção à comercialização, passando pelo embalamento.

“A verdade é que ainda temos uma fileira da batata desorganizada, especialmente ao nível da produção, onde se verifica uma maior necessidade de organização”.

Portugal não é autossuficiente no que diz respeito à cultura da batata. O país produz “entre 45% a 60%” do volume que consome, considerando Sandra Pereira que “há muita produção de batata nas próprias casas, para consumo familiar, que muitas vezes não é contabilizada”.

A Porbatata reúne atualmente 41 sócios, entre eles organizações que representam vários produtores. Sandra Pereira não arrisca especificar os valores pagos atualmente aos produtores, uma vez que “variam por regiões, tipos de cultura e métodos de produção”. No entanto, garante: “sem dúvida, que os preços pagos aos produtores não pagam os custos de produção”. Em Portugal foram cultivados cerca de “27 mil hectares de batata” na campanha de 2016.

Ana Isabel Trigo Morais, diretora-geral da APED, afirma em comunicado que os distribuidores estão “totalmente empenhados e disponíveis para desenvolver sinergias com esta fileira”.

A linha de crédito criada pelo Estado estabelece um valor individual garantido de 60 euros por tonelada de batata armazenada e os empréstimos são concedidos pelo prazo máximo de um ano a partir da data do contrato.

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