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Kaffa Cafés quer fechar 2017 com €4,2 milhões em exportações

Por a 22 de Agosto de 2017 as 11:51

fabrica Kaffa

Com as vendas de café em cápsula a crescerem 30% nos primeiros meses de 2017, a Kaffa instalou uma nova linha de produção na fábrica localizada no concelho de Cascais

A Kaffa Cafés reforçou a capacidade de produção da unidade industrial localizada em Trajouce, concelho de Cascais, com a aquisição de uma nova linha de encapsulamento. A fabricante portuguesa de café eleva para 10 o número de linhas de produção desta fábrica totalmente automatizada. “A nova linha está preparada para o lançamento de um novo tipo de cápsula de café que tem vindo a ser alvo de estudo e investigação no laboratório da empresa”, revela em entrevista ao HIPERSUPER Pedro Henriques, diretor Comercial da Kaffa, acrescentado que “muito em breve” anunciará a novidade que promete ser uma “grande inovação ao nível da própria cápsula”.

O investimento fabril aumenta a capacidade de produção anual em 250 milhões de cápsulas para um total de 400 milhões de unidades. Com o volume de negócios a crescer 30% no primeiro semestre face a igual período do ano anterior, a empresa decidiu capacitar a fábrica para dar resposta rápida a novas encomendas. “Sempre defendemos que a capacidade produtiva deve ser superior às necessidades atuais para dar uma resposta instantânea às exigências do mercado”, justifica Pedro Henriques.

Todos os processos de produção da unidade de Trajouce estão integrados desde 2014, quando a Kaffa concluiu um investimento de 3 milhões de euros. A produção é automatizada desde a matéria-prima até ao produto acabado – receção do café verde, torra, moagem, encapsulamento, embalamento e transporte.

Na fábrica instalada numa área bruta de 7.200 metros quadrados são produzidos oito tipos de café em cápsula compatíveis com diferentes sistemas de máquinas (Nespresso, Nescafé Dolce Gusto, Delta Q e Express Cap). “As linhas produzem artigos com blends diferentes, adaptando-se a cada tipologia de produto. Estamos preparados para continuar a crescer, a fábrica tem espaço para receber mais linhas”, sublinha Pedro Henriques. Produz ainda os blends para as suas próprias máquinas – o sistema fechado da Kaffa – que são comercializadas através da loja online.

Além da fábrica em Portugal, que dá emprego a 75 pessoas, a fabricante lusa inaugurou em 2014 uma unidade industrial no Brasil. “O mercado brasileiro tem uma realidade diferente da portuguesa. O que fizemos foi criar uma operação que nos permite encapsular o café dos clientes, com os olhos postos nos restantes países da América Latina”. O segmento de café em cápsula no Brasil ainda se encontra numa fase embrionária pelo que a empresa acredita que existe um “grande potencial” de crescimento para a marca portuguesa. No Brasil, a Kaffa conta com 15 colaboradores.

Europa é “grande” aposta na exportação

A especialista em produção de café em cápsula embalado com as marcas dos grupos de distribuição exporta atualmente para dez países: Espanha, França, Reino Unido, Hungria, Rússia, Suíça, Benelux, Angola, África do Sul e Brasil. “A Europa continua a ser a nossa grande aposta uma vez que é neste continente que a cápsula é mais consumida e valorizada”, comenta o diretor Comercial da Kaffa, acrescentado que a empresa está a desenvolver contatos e iniciar novos projetos com “parceiros independentes”.

A exportação representa 20% do volume de negócios da Kaffa. A meta é que a cifra cresça para 25% no final de 2017 com as exportações a representarem 4,2 milhões de euros.

A empresa que compra a matéria-prima em 10 geografias do planeta, consoante a origem que necessita para a elaboração do blend, faturou no ano passado 13 milhões de euros com a comercialização de 115 milhões de de cápsulas. Este ano, prevê alcançar um volume de negócios de 17 milhões de euros, uma subida de 30% face a 2016. E vender um total de 145 milhões de cápsulas.

As previsões estão em linha com o desempenho da atividade nos primeiros seis meses do ano. As vendas cresceram 30% até junho face às do primeiro semestre de 2015. Também a carteira de clientes aumentou 10%. “As vendas aumentaram à boleia do alargamento do sortido e entrada de novas gamas em novos clientes e nos atuais. As cápsulas compatíveis Dolce Gusto e Delta Q tiveram um crescimento exponencial, assim como o aumento de projetos em marca própria”, enumera Pedro Henriques.

Concluído o balanço do primeiro semestre, a empresa entra na segunda metade do ano com o lançamento de uma nova identidade visual: novo logotipo, novas embalagens e uma renovada loja online. A mudança de imagem faz parte de um projeto integrado de atualização do posicionamento da marca. “O novo posicionamento resulta de um processo evolutivo que visa sensibilizar o consumidor para uma marca 100% portuguesa com tradição na produção de café desde o início do século passado, ligada à fundação dos cafés ‘A Brasileira’”.

Patente no packaging dos cafés da sua própria marca e na nova loja online, a renovação foi pensada para afirmar a portugalidade dos produtos. Daí a nova assinatura: “A cápsula de café portuguesa”. Também o “naming” dos produtos se adaptou ao novo posicionamento. Cada blend assume uma dupla denominação. À designação já conhecida pelos consumidores junta-se um nome bem português: Andorinha (Decaf), Coração (Bio), Azulejo (Kampala), Namorados (Goa), Cravo (Manaus) e Fado (Bogotá).

Pedro Henriques, diretor Comercial da Kaffa

Pedro Henriques, diretor Comercial da Kaffa

Três perguntas a…

Pedro Henriques, diretor Comercial da Kaffa

“Produzimos marca própria para dez países”

Onde estão as oportunidades de crescimento para a Kaffa no mercado português?

A grande oportunidade no mercado português é a afirmação do nosso sistema fechado Kaffa. Não só para nós, como também para quem gosta verdadeiramente de um bom café.

Têm clientes em dez países. São retalhistas para quem fazem marca própria?

A Kaffa tem clientes em Angola, África do Sul, Hungria, Suíça, Benelux, Brasil, Espanha, França, Reino Unido e Rússia. Sim, produção para marcas próprias, fundamentalmente.

Quanto representam as exportações no volume de negócios? Estão atentos a novas geografias?

A exportação representa cerca de 20% do negócio. A internacionalização está no ADN desta empresa pelo que estamos neste momento a desenvolver contactos e a iniciar novos projetos com parceiros independentes. A Europa continua a ser a nossa grande aposta uma vez que é neste continente que a cápsula de café é consumida e valorizada.

*Artigo originalmente publicado na edição impressa de agosto do jornal Hipersuper

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