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Tété investe 1 milhão de euros no ciclo de produção

Por a 18 de Agosto de 2017 as 15:00

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A Tété está a reinventar a unidade industrial localizada às portas de Lisboa. A fabricante de queijo fresco vai aumentar em 30% a capacidade de produção e automatizar a linha de embalamento

A fabricante e distribuidora de queijo Tété tem em marcha um plano de investimento de um milhão de euros na unidade industrial localizada às portas da cidade de Lisboa, concretamente na freguesia de Lousa, concelho de Loures. Aumentar a capacidade de produção, automatizar o embalamento, construir um novo armazém de apoio à produção, assim como uma nova área de escritório, e ampliar o laboratório de Investigação e Desenvolvimento (I&D), são os desígnios deste multiprojeto que em parte será apoiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural 2020 mas também resulta de capitais próprios.

A infraestrutura constituída pela área industrial, armazém e escritórios vai aumentar de 1000 para 1500 metros quadrados. Atualmente, a fabricante portuguesa de laticínios tem uma capacidade de produção instalada de entre 30 a 40 mil litros diários, dependendo do produto em linha. Além de queijo fresco, alimento no qual se especializou desde a sua fundação, em 1960, a Tété fabrica queijo curado, requeijão e manteiga. Com este investimento, “a capacidade de produção vai aumentar em 30%”, revela em entrevista ao HIPERSUPER João Amaro, diretor-geral da Tété.

Determinante para agilizar o processo produtivo é a construção do novo armazém de matérias subsidiárias [são consumidas na produção mas não integram no produto final, como a eletricidade, por exemplo]. “O novo armazém instalado no recinto das nossas instalações vai permitir ter ‘stocks’ adequados às necessidades da linha produtiva. Atualmente, a inexistência deste espaço condiciona a nossa atividade”, explica o diretor-geral da Tété.

A empresa que conta com mais de 50 anos de história vai ainda adquirir uma nova máquina de embalar, além de “alguns equipamentos complementares que visam a automação do embalamento e vão dar resposta às necessidades de packaging dos novos produtos que estamos a desenvolver”, revela João Amaro, sem precisar quais.

Com este plano de reestruturação, que deverá estar concluído em novembro de 2017, a Tété estima criar 5 novos postos de trabalho diretos. O retorno do investimento está estimado em cinco anos para a aquisição dos equipamentos de produção e em dez anos para a construção da infraestrutura.

João Amaro, diretor-geral da Tété

João Amaro, diretor-geral da Tété

Mais de 50 anos de história

A fabricante de queijo fresco deve o nome ao seu fundador, carinhosamente apelidado de Tété. “É uma homenagem ao nosso avô paterno que, com a nossa avó, está na génese deste projeto”, explica João Amaro, que faz parte da terceira geração da família Amaro. A empresa conheceu a luz do sol em 1960 quando iniciou a produção de queijo fresco mas só 25 anos depois industrializou o negócio. “É mais de meio século de altos e baixos, mas com muito saber acumulado, a distribuir valor ao longo da cadeia de distribuição e a construir uma marca à qual cada vez mais consumidores associam a produtos diferenciados”.

A Tété alcançou no ano passado um volume de negócios de 3,8 milhões de euros. João Amaro estima que a faturação cresça entre 10% a 15% em 2017. Emprega de forma direta e indireta mais de 100 colaboradores. Sem presença física noutras geografias, a empresa exporta um total de 3% do volume de negócios, entre queijo fresco e manteiga.

Além do projeto de investimento para aumentar em 30% a capacidade de produção e agilizar o ciclo de fabrico, a empresa traçou mais um caminho para crescer: a transferência de conhecimento das universidades para o negócio. “Esta aproximação às universidades teve início em meados de 2015 quando não estávamos a conseguir internamente dar resposta às necessidades de desenvolvimento de um produto e consultamos algumas entidades que mostraram uma grande abertura em estabelecer protocolos”. Além disso, a empresa, em conjunto com entidades internacionais, entre laboratórios e universidades, está em concurso para um projeto de I&D cujo objetivo é implementar metodologias inovadoras na indústria de laticínios.

A categoria de queijos é a mais valiosa do retalho português, comprada por 95% dos lares nacionais. Entre os bens de consumo, os queijos são líderes em faturação. Em 2016, a categoria alcançou um volume de negócios de 459,4 milhões de euros, um crescimento homólogo de 3%, segundo dados da consultora Nielsen.

 

 

 

 

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