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A nova estratégia de expansão do AKI

Por a 18 de Agosto de 2017 as 11:14

AKI

Depois de testar o conceito de proximidade em Bragança, o AKI redesenhou o plano de expansão. As novas lojas da empresa de distribuição de bricolage traduzem espaços mais pequenos, localizados fora das grandes cidades

 

O gasto médio de uma família francesa em artigos de bricolage está avaliado em 1200 euros por ano. Em Portugal, a despesa dos lares em produtos e serviços “Faça você mesmo” está próxima de metade daquele valor. Pedro Morais Barbosa, responsável de comunicação institucional e interna do AKI Portugal, empresa de distribuição de bricolage do grupo ADEO, compara o gasto nos dois países para ilustrar o potencial de crescimento deste setor de atividade no mercado nacional. “Seja por necessidade, numa lógica de poupança de dinheiro ou pelo prazer de construir uma horta caseira biológica, por exemplo, os portugueses aderem cada vez mais ao movimento do ‘Do it youself’ e o negócio ganha adeptos”.

A primeira cadeia organizada de distribuição de bricolage em Portugal, hoje com 35 pontos de venda no País, distribuídos por 17 distritos, levou a cabo uma mudança estratégica no plano de expansão da sua rede de lojas: estabelecimentos mais pequenos e localizados fora dos grandes centros urbanos. “Quando abrimos a loja de Bragança, no final de 2014, arriscámos ir para uma zona de influência na ordem dos 20 mil habitantes. O projeto correu bem e provou que a marca pode estar mais próxima dos clientes, em cidades ou áreas de influência de menor dimensão”, explica em entrevista ao HIPERSUPER Pedro Morais Barbosa.

Nesta nova fase de expansão, as lojas de proximidade têm uma área comercial entre os 2000 e os 2500 metros quadrados e oferecem um sortido próximo dos 20 mil artigos de bricolage, casa e jardim, categorizados por 12 departamentos, como decoração, iluminação, climatização e ferramentas, entre outros.

Esta diminuição da área dos pontos de venda está também relacionada com a tendência de redução do espaço de armazém, confirma o responsável de comunicação do AKI Portugal. “Estamos a revisitar a nossa ‘supply chain’ numa lógica de redução do espaço de reserva. A ideia é diminuir verdadeiramente a área de armazém, que armazenará o básico, e otimizar os processos logísticos para conduzir os produtos diretamente do armazém para a prateleira”.

O negócio da distribuidora está suportado por um armazém central, localizado em Santa Iria da Azóia, concelho de Loures. “Queremos que esta plataforma seja o centro de armazenamento e distribuição dos produtos. Isto implica definir processos que permitam fazer chegar o produto rapidamente à loja quando esta não tem em stock, sem prejudicar o serviço ao cliente. É um trabalho muito grande que está na nossa ordem do dia”.

 Pedro Morais Barbosa, responsável de Comunicação Interna e Institucional do AKI

Pedro Morais Barbosa, responsável de Comunicação Interna e Institucional do AKI

64 lojas até 2020

Quando chegar ao final deste ano, o AKI terá executado 20% do plano de investimento que definiu para a expansão (2015-2020): 100 milhões de euros para duplicar o número de estabelecimentos e alcançar um parque de 64 lojas em cinco anos.

No ano passado, a empresa abriu novas unidades em Ermesinde, Figueira da Foz e Lisboa, no Centro Comercial Colombo. “Apesar de já operarmos uma loja, na prática, a relocalização no Colombo foi contabilizada como um novo ponto de venda porque o transferimos para uma nova localização, perto da entrada do hipermercado Continente”, explica Pedro Morais Barbosa. A abertura das três unidades e a remodelação da loja de Braga somaram um investimento de 10 milhões de euros.

Já em 2017 a empresa abriu uma loja de rua com 2.450 metros quadrados em Chaves, um investimento de 2,6 milhões de euros que permitiu a criação de 22 novos postos de trabalho. E remodelou o ponto de venda em Leiria. Vai abrir, ainda este ano, a primeira loja no arquipélago dos Açores e uma unidade em Sacavém, concelho de Loures. Estava prevista para este ano a inauguração de uma loja em Barcelos mas foi adiada para 2018.

As novas lojas de proximidade têm um layout simples que oferece um percurso “intuitivo” facilitado pelo destaque conferido aos principais departamentos. Logo à entrada da loja, estão expostos os produtos líderes em vendas para oferecer uma experiência de compra fácil e rápida. O conceito aposta forte na prestação de serviços, como o Corte de Madeira gratuito, o mais solicitado pelos clientes da insígnia, o Click&Recolha (encomenda online para levantamento em loja), a Entrega ao Domicílio, a Venda Por Encomenda e o Pickup (levantamento de encomendas online de marcas de terceiros).

AKI_interior


Pesquisar online, comprar em loja

O canal de vendas online está integrado com as lojas físicas, obedecendo à lógica omnicanal, para oferecer uma experiência coerente, independentemente do canal utilizado para comprar. “Procuramos que as campanhas disponíveis online sejam replicadas na comunicação e no merchandising em loja”, sublinha o responsável de comunicação. Apesar de ainda não representar “vendas expressivas”, a loja online está a crescer “bastante” em audiência. Em 2015, o site teve 5,5 milhões de visitas e no ano passado foi visitado por 7,5 milhões de pessoas. “O site é muito utilizado para fazer pesquisa de produtos, estão disponíveis cerca de 25 mil artigos, que depois são comprados em loja. Para ter uma ideia, 50% dos clientes que compram online vão recolher os produtos à loja”.

A cadeia emprega atualmente 1350 pessoas. Em 2020, depois de executado o plano de expansão, o AKI prevê chegar aos 2000 colaboradores. A insígnia está a lançar a terceira edição da Academia de Trainees cujo objetivo é formar chefes de departamento de loja. 26 novos colaboradores integraram os quadros da empresa depois de levar a cabo este plano formação em sala e “on job” que teve início em 2015.

A empresa, que distribuiu uma parte dos lucros pelos colaboradores e paga uma remuneração de admissão 8% acima do salário mínimo nacional, foi distinguida, pela primeira vez, este ano com o título de “Great Place to Work”, um prémio atribuído sobretudo a partir de entrevistas feitas aos seus colaboradores, alcançou em 2016 a melhor faturação dos seus 26 anos de história em Portugal. Um total de 212 milhões de euros, mais 12% face a 2015. Este ano, espera voltar a fazer crescer a faturação acima dos dois dígitos, entre 10% a 12%.

*Artigo originalmente publicado na edição impressa de agosto do Jornal Hipersuper

 

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