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Informação: o ativo estratégico do setor logístico

Por a 27 de Junho de 2017 as 10:59

A logística destaca-se entre as atividades que mais beneficiam das novas ferramentas digitais. A substituição de processos manuais em armazéns trouxe mais fluidez e eficiência às operações de um setor do qual dependem várias cadeias de valor. Os desafios estão agora na gestão da informação para otimizar a produtividade.

Enquanto “input” privilegiado de muitos serviços e produtos, a informação deve ser considerada “um ativo estratégico” pelos operadores logísticos. Ainda que o seu valor seja “difícil de apurar”, a utilização deste bem intangível é um dos “desafios” para estas empresas, no sentido de se adaptarem às macro-tendências da logística, as quais assentam na transparência, rastreabilidade, segurança e otimização da chamada “loja do futuro”, com soluções de “last mile” mais eficientes. A conclusão é de Artur Andrade, Head of Business Development da GS1 Portugal. A empresa que introduziu o código de barras em Portugal recebeu na sua sede, em Lisboa, o evento “Transformação Digital na Logística”, no qual se debateu as aplicações de sistemas de gestão integrada para armazéns no sentido de conferir agilidade na preparação das expedições e controlo dos artigos para distribuição. O evento foi promovido pela CIBEN, empresa nacional especialista no desenho, implementação e suporte de soluções de software de gestão empresarial, contando também com a presença da empresa do mesmo segmento Primavera BSS e do grupo especialista em logística de frio Frissul.

Com o objetivo de alinhar os dados partilhados entre parceiros da cadeia de valor, a GS1 lançou em 2014 a plataforma Sync PT, a qual veio responder às exigências do regulamento nº 1169/2011, que incide sobre a prestação de informação sobre os géneros alimentícios aos consumidores, nos canais de venda online ou físicos. Para construir a ferramenta, a empresa foi “visitar as lojas” e verificou que “70% das informações prestadas aos consumidores estavam erradas”, explica Artur Andrade.

Apesar de se ter adaptado a diferentes setores, a plataforma que permite aos produtores fornecerem, em tempo real, todas as informações comerciais, logísticas e nutricionais sobre os seus produtos foi concebida a pensar na partilha de dados entre estes e os retalhistas. Há três anos no mercado, a Sync PT já permitiu uma melhoria de “30%” no tempo de receção da informação, sendo por isso um dos exemplos de como a gestão centralizada permite melhor controlo dos bens e agiliza as operações.

Primavera BSS prevê investir €5 milhões em 4 anos

Para partilhar dados fiáveis com os parceiros, as empresas devem assumir primeiramente o controlo das suas próprias instalações, pelo que os operadores logísticos “sentem cada vez mais necessidade de mudar e otimizar os seus Warehouse Management Systems” (WMS – sistemas de gestão de armazéns), explica Maria José Governo, Business Developer da bracarense Primavera BSS. “A dispersão geográfica, que torna as atividades mais suscetíveis a perdas, exige também cada vez maior controlo”.

Nestas circunstâncias, a fornecedora de software investiu em outubro do último ano 1,6 milhões de euros na criação da Valuekeep, empresa especializada no desenvolvimento e comercialização programas de gestão e manutenção de ativos. O investimento neste negócio com o qual a tecnológica portuguesa pretende internacionalizar-se pode chegar aos cinco milhões de euros nos primeiros quatro anos, destinados à Investigação e Desenvolvimento. A aposta da empresa de Braga vai ao encontro das “potencialidades de crescimento mundial deste mercado”. Segundo o estudo “Enterprise Asset Management Market – Worldwide Forecasts and Analysis (2014-2019)”, da MarketsandMarkets, o mercado mundial de software de gestão e manutenção de ativos a uma taxa média anual em 9,6% até 2019.

A nova área de negócio tem o mesmo nome da plataforma construída pela Primavera BSS que permite aos utilizadores identificarem todos os custos associados à manutenção de cada ativo (mão-de-obra, materiais e deslocações), sendo indicado sobretudo para as áreas de transporte, saúde, indústria, construção, administração pública e energia.

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