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A estratégia do Grupo RAR para a marca Vitacress

Por a 23 de Junho de 2017 as 11:22

Vitacress

Com um portefólio que dá resposta à procura por alimentos saudáveis, equilibrados e nutritivos, a empresa instalada no Alentejo beneficia das atuais tendências de consumo e está a colher os frutos do investimento na construção da marca

A empresa de capital português Vitacress, que pertence desde há sete anos ao Grupo RAR, alcançou no ano passado um volume de negócios de 19 milhões de euros. Especialista em produtos de VI gama (legumes lavados e embalados), é a marca de fabricante líder em vendas no mercado nacional, com uma quota de mercado quatro vezes superior à da segunda marca, garante em entrevista ao HIPERSUPER Luís Mesquita Dias, diretor-geral da Vitacress, sem precisar a cifra.

Num fim de semana facilmente “perdemos meio milhão de euros” por causa da chuva, sublinha Luís Mesquita Dias para exemplificar o elevado risco a que está sujeita a produção destes alimentos, num negócio em que todos os dias se semeia e se colhe. Como os ciclos de produção são muito rápidos e o clima imprevisível, o “segredo” passa por elaborar uma planificação diária. Apesar da dependência de fatores externos está tudo controlado neste início de ano. Nos primeiros meses de 2017, “estamos a registar um crescimento de 15%” face a igual período do ano anterior.

Num mercado imprevisível e dominado pelas marcas da distribuição, a Vitacress saúda o “acionista português” por compreender a “flutuação deste negócio e não deixar que isso prejudique a construção de marca. Apostámos muito na marca e conseguimos multiplicar por dois a nossa quota de mercado e aumentar a sua notoriedade junto dos consumidores”.

A empresa, que emprega 360 pessoas em Portugal, está a aproveitar os bons ventos que sopram dos resultados económicos do País para readaptar a estratégia. “Numa altura em que o País parece estar a ganhar novo fôlego na sua atividade económica e no emprego”, a par de “alguma reposição do poder de compra”, o foco “deve centrar-se em produtos de conveniência e de maior valor acrescentado”. Uma oferta destinada a consumidores com “pouco tempo para preparar os alimentos mas com uma forte consciência da necessidade de comer de forma saudável e equilibrada”. E a Vitacress está bem posicionada nesta corrida com a sua oferta de alimentação nutritiva e de baixas calorias (saladas, legumes e vegetais frescos).

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35% da produção é exportada

Apesar de mais abonados, os consumidores revelam-se “pouco dispostos a gastar muito dinheiro na alimentação do dia a dia”. Preferem investir o seu dinheiro extra em atividades de lazer, como ir a um restaurante ou fazer uma viagem. “Temos, assim, de saber produzir mais e melhor”.

Além daquele desafio, este é um setor que liberta “margens limitadas”, pelo que o esforço de investimento é feito, por um lado, em ações de marca que “estimulem aumento da frequência de consumo e de penetração da marca”, tirando partido da “parcimónia e criatividade” e, por outro, na modernização do trabalho no campo e na fábrica. “A tecnologia está constantemente a evoluir e os nossos ativos têm de acompanhar essa renovação, de forma a não perder, antes aumentar a produtividade”.

Sedeada em Odemira, no Alentejo, instalações que mereceram recentemente a visita de uma comitiva do Governo, constituída pelo Primeiro-Ministro António Costa e o Ministro da Agricultura Capoulas dos Santos, a empresa explora uma área total de produção de 280 hectares, aos quais se juntam 15 hectares de túneis e 13 hectares de estufas. A empresa produz anualmente cinco mil toneladas de saladas, das quais embala 15,6 milhões de sacos, além de 3,3 milhões de molhos de ervas aromáticas e 1.200 toneladas de batatas. Um total de 35% da produção segue para mercados internacionais da Europa e África.

Além da macro-exploração em Odemira, a Vitacress conta ainda com uma quinta em Almancil, no Algarve, 100% dedicada à produção de agrião de água, e com unidades de produção de tomate biológico, em Alcochete e em San Martin (Espanha).

O Grupo RAR está presente em Portugal, no Reino Unido, Espanha e Benelux, explorando 665 hectares agrícolas e 40 hectares de estufas de vidro. Com um volume de negócios de 134 milhões de euros (110 milhões de libras), emprega 1.525 pessoas.

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