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Universitários criam sidra eco-inovadora e já há uma empresa interessada

Por a 2 de Junho de 2017 as 15:15

A primeira sidra eco-inovadora em Portugal chama-se Cidermace e foi desenvolvida por um grupo de estudantes de Química da Universidade de Aveiro (UA). A bebida “ecológica, simples e barata de produzir” aproveita matérias primas descartadas e destinadas ao lixo pelas indústrias de sumos concentrados num processo produtivo que “simplifica os vários passos da receita tradicional”.

“A principal matéria prima, uma característica que a diferencia de todos os outros existentes no mercado, é o bagaço de maçã, um subproduto da indústria de concentrado de sumo de maçã que nos foi fornecido pela Indumape”, desvenda a equipa. A este ingrediente, “complementa-se a utilização do concentrado de sumo de maçã, fornecido pela mesma empresa, e leveduras cedidas pela Microcervejeira Vadia” que já demonstrou interesse em adaptar à sua produção a sidra desenvolvida.

João Santos, estudante do Mestrado em Biotecnologia, e Eduardo Coimbra e Margarida Afonso, do Mestrado Integrado em Engenharia Química, são os estudantes que estão por de detrás do desenvolvimento desta sidra. O grupo teve como mentores o estudante de doutoramento Pedro Fernandes e os investigadores Elisabete Coelho e Manuel A. Coimbra. A bebida foi desenvolvida nos laboratórios da Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares.

Ingredientes reciclados e produção simplificada

Como o bagaço de maçã é um subproduto da indústria de sumos concentrados, cuja eliminação traz muitas implicações ambientais e económicas para as indústrias”, o ambiente agradece. A par desta vantagem, a utilização do bagaço de maçã para a produção de sidra “pode diferenciar positivamente este produto”. Comparando com o processo de produção mais convencional, explica a equipa, elimina os vários passos de extração do sumo da maçã e, consequentemente, reduz os custos de produção”.

Em relação às sidras que já usam concentrado de maçã, o bagaço de maçã permite que seja “apenas requerido um passo de extração adicional, adaptável a um processo semelhante usado pela indústria cervejeira, a brassagem”. É esse processo que permite valorizar os compostos de aroma presentes no bagaço de maçã e que elimina a necessidade de adição de aromas, ao contrário do que acontece com “muitos produtos disponíveis comercialmente obtidos a partir do concentrado de maçã”.

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