Perfumes & Companhia festeja 20 anos com nova estratégia

A portuguesa Perfumes & Companhia eleva-se entre as cadeias internacionais de perfumaria seletiva no País, com uma quota de mercado de quase 50%. Os serviços e o atendimento diferenciam a marca que está a comemorar 20 anos de existência.

Duas décadas volvidas após a abertura da primeira loja, no ArrábidaShopping, em Vila Nova de Gaia, a Perfumes & Companhia apresenta-se no mercado com uma nova identidade visual, com a qual pretende reforçar o elo de ligação com o público português. Um vermelho intenso vem substituir o degradê do rosa ao laranja que caracteriza o anterior logótipo da marca. A escolha da nova cor vai encontro do desígnio de afirmar a portugalidade da empresa, que é líder num mercado minado por cadeias estrangeiras.

“Quisemos celebrar estes 20 anos projetando a marca para as próximas duas décadas. Para isso, fomos procurar como poderíamos expressar melhor os valores que alicerçam a marca e achámos que o vermelho transmite a vivacidade desta insígnia 100% portuguesa. É importante destacar este facto, sobretudo porque lideramos um setor no qual concorremos com cadeias internacionais. Temos uma quota de mercado de quase 50% no segmento de perfumaria seletiva”, revela em entrevista ao HIPERSUPER Charles Arié, diretor-geral da insígnia, que aponta as cadeias “Sephora, Douglas e El Corte Inglés” como principais adversárias.

Aposta nos serviços diferencia

Além da mudança de cor, o processo de “rebranding” levou a que o “&” surgisse com maior tamanho entre os dois nomes da marca. O símbolo remete para a “ligação” e o “relacionamento próximo” com os consumidores, que a cadeia cultiva através da aposta em serviços.

Charles Arié, diretor-gerl da Perfumes & Companhia

Desde há mais de dez anos que as lojas da marca não se limitam a vender produtos. O conceito de “beauty studio” e o primeiro gabinete de estética foram adotados em 2006 pela insígnia que, no ano seguinte, passou a disponibilizar também o serviço de “manicure” no ponto de venda. Os primeiros “spa” e cabeleireiro surgiram em 2011. Atualmente, são vários os serviços que complementam o “mais largo sortido de marcas e produtos” do setor, ostentado pela Perfumes & Companhia, a qual também se descola a casa de clientes para maquilhar, por exemplo, noivas em dias de casamento. “A ideia é procurar estender estes serviços pioneiros. Prevemos alargar a aplicações de tatuagens amovíveis e outras ofertas que façam a diferença e que fidelizem os consumidores às nossas lojas”, desvenda o líder da marca.

Investindo no atendimento que a diferencia, a empresa criou o programa “Magia”, em parceria com o Instituto de Negociação e Vendas (INV), para formar os seus colaboradores.

Online quase duplica vendas

Com uma rede de 146 lojas espalhadas pelo País, a cadeia nacional está presente em todas as capitais de distrito e principais localidades, cobrindo Portugal continental e ilhas. Os espaços assentam em formatos de maior dimensão posicionados em centros comerciais, que vão dos 200 aos 600 metros quadrados, e lojas de proximidade alocadas na rua, com entre 70 e 150 metros quadrados.

Detém também desde 2011 uma loja online, cujas vendas “quase dobraram” no último ano. “O peso deste canal no volume de negócios da empresa ainda é marginal mas as taxas de crescimento são elevadas. Queremos explorar o online em todas as suas facetas como, por exemplo, personalizar cada vez mais a nossa aplicação mobile. Acreditamos que, muito brevemente, a loja digital entrará para o Top 5 dos pontos de venda mais lucrativos da cadeia”, revela o líder da marca, que conta com mais de 1,5 milhões de clientes registados na sua base de dados.

Desta forma, a empresa assume a missão de “agregar valor ao setor de perfumaria seletiva”. A campanha de comunicação que está no ar, em jeito de comemoração das duas décadas de história, tem como mote “Dê o melhor de si” e foi criada pela agência Partners. Os três filmes que a compõem baseiam-se no hábito contemporâneo das fotografias “selfie”, que simbolizam para a Perfumes & Companhia um manifesto de “confiança na própria imagem ou na maneira de ser, tal como o gesto de escolher uma maquilhagem, um creme de rosto ou um perfume”.

Para o futuro, as perspetivas são otimistas. “A economia, embora não esteja ainda pujante, já dá os primeiros sinais de recuperação e o consumidor está muito mais apetente para a compra. O que nos faz visualizar uma continuidade positiva do negócio, no curto e longo prazo”, destaca Charles Arié, sem revelar o valor do investimento que marca o arranque de uma nova etapa estratégica da empresa nacional.

*Texto publicado originalmente na edição impressa de maio do HIPERSUPER