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Operadores franceses de ecommerce apostam na Europa para acelerar crescimento

Por a 11 de Maio de 2017 as 11:50

Opinião de Catherine Louraco, fundadora da empresa de estudos de mercado Louraco Research & Consulting

Um total de 87% dos operadores do comércio online francês esperam uma evolução das exportações nos próximos dois anos e 55% destes acreditam que as vendas para o estrangeiro vão aumentar fortemente, segundo os últimos dados comunicados pela federação francesa do comércio electrónico e venda à distância (FEVAD).

Actualmente, 68% dos players franceses de comércio eletrónico vendem para além das suas fronteiras. As exportações dirigem-se principalmente para cinco países europeus: a Bélgica, a Espanha, a Alemanha, a Itália e o Reino Unido. Para se adaptarem às necessidades dos consumidores europeus, os operadores virtuais franceses têm vindo, por um lado, a investir regularmente em aplicações para os telemóveis que permitem aos clientes seguir em tempo real a encomenda e, por outro, a multiplicar os esforços para melhorar a gestão das devoluções.

A Europa, e nomeadamente os países fronteiriços, são oportunidades de crescimento para os operadores virtuais. Porém, estes mercados exigem estratégias adaptadas pois as disparidades culturais, os hábitos e as expectativas divergem entre os consumidores nos 28 membros europeus. No Reino Unido, por exemplo, os compradores online preferem as entregas ao domicilio, enquanto na Alemanha muitas encomendas são levantadas em pontos pickup. Em Espanha, as entregas são feitas ao sábado, enquanto no Reino Unido estas também podem ser efetuadas ao domingo.

Além disso, uma legislação europeia uniforme parece essencial para dinamizar o ritmo do volume de vendas ‘cross-border’. As pequenas empresas têm dificuldade em aceder às leis e normas em vigor e perdem-se facilmente face às diferenças que encontram nos vários países europeus. Os custos de expedição, por exemplo, são duas vezes mais elevados em França do que na Alemanha.

Em 2016, o comércio online no mercado do gaulês atingiu 72 mil milhões de euros, após uma evolução de 14,6%, segundo a federação francesa do setor. A França é o quinto mercado mundial de e-commerce e o segundo europeu. O cesto médio por transacção baixou para 70 euros em 2016, mas foi compensado por um aumento da frequência de compra (+21% em 2016) e um acréscimo de e-compradores. As lojas virtuais também aumentaram. Estimavam-se em 200 000 os sites de comércio online no país no final de 2016. No entanto, 85% do volume de negócios total é realizado por apenas 5% dos sites.

Segundo a federação francesa do setor, o comércio eletrónico deverá atingir 80 mil milhões de euros em 2017. O setor será estimulado por um aumento da frequência de compra, um aumento do número de clientes e pela contribuição das vendas ‘cross-border’. Atraída pelo crescimento deste canal de distribuição, a quantidade de protagonistas digitais também vai aumentar nos próximos anos. A cadeia Passion Beauté, uma cooperativa de 150 perfumarias que anunciou a abertura da sua loja virtual no final de abril de 2017 e tem planos para realizar 5% do seu volume de negócios pela internet nos próximos três anos, atesta o incremento da pressão concorrencial deste setor no futuro. O interesse que têm mostrado certos líderes mundiais do e-commerce em se posicionarem no mercado francês contribui para intensificar a competitividade.

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