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O Futuro do Retalho, por Maria Quelhas (Michael Page)

Por a 2 de Janeiro de 2017 as 11:37

Por Maria João Quelhas, Manager Michael Page Commercial & Marketing/Retalho

O retalho é, a nível internacional, uma indústria em expansão, não apresentando  qualquer indicação de retrocesso. A indústria de retalho a nível global vale 3.000 triliões de euros[1].

Em 2015, o retalhista The Hut Group chegou ao topo do ranking “Fastest Growing Retailers” da “Retail Week’s, no Reino Unido, graças à sua expansão internacional e ao seu canal de ecommerce, que potenciou o sucesso e o crescimento do negócio.  Ainda neste ano, o estudo setorial da Michael Page mostrou que o retalho se está a tornar mais especializado. Por exemplo, os retalhistas de moda estão à procura de candidatos mais talentosos e especializados, para poder competir com os retalhistas online. Ao contratar especialistas, os retalhistas conseguem trazer mais valor acrescentado e melhorar a experiência do consumidor.

De acordo com o relatório OFcom’s Media Use and Attitudes 2015, estima-se que os adultos dedicam 20 horas semanais à internet – um aumento muito significativo desde 2005, em que a média semanal era de 10 horas.

Na China, o ecommerce encontra-se em franca expansão, com um crescimento anual de revenue de 50%. Está claro que nos estamos a tornar dependentes da internet para tudo o que fazemos, motivo pelo qual a integração do digital nas estratégias de retalho é extremamente importante.

Os retalhistas estão a dar cada vez mais importâncias aos skills digitais, para otimizar o meio onde os consumidores fazem compras. Por outro lado, procuram também otimizar a experiência de venda online, facilitando trocas, desenvolvendo provadores virtuais e promovendo ofertas especiais exclusivas à compra online.

Com estas ações, permitem ao consumidor ter mais poder e controlo sobre as compras, ao deixá-los encontrar os produtos no seu próprio ritmo, pesquisar o detalhe dos produtos nos telemóveis, pagar os itens de forma segura e recebê-los confortavelmente nas suas casas.

Como vai a inovação mudar o retalho?

Os benefícios da combinação de gratificação instantânea com uma experiência real são excelentes e os retalhistas estão constantemente a adicionar esta combinação nos seus serviços. Por exemplo, a oferta de wifi dentro de uma loja implica que os consumidores partilhem as suas experiências ou compras nas redes sociais ou nos websites, ou que votem e interajam com conteúdo no tablets no momento de compra.

Os retalhistas têm de tomar a decisão de transformar as suas lojas em algo mais do que uma disposição de produtos, criando uma verdadeira experiência de interação, personalização e instantaneidade.

É comum que as lojas acompanhem os clientes que se conectam através do wifi, proporcionando ofertas especificas e notificações. Ao fazerem isso, as lojas conseguem perceber se o consumidor volta, a que espaço dedica mais tempo na loja, como circula pelo espaço e quanto tempo dedica às suas compras no total. Esta informação pode ser usada para ajudar os retalhistas a melhorar o design da loja e os  displays de merchandising, a criar padrões de tráfego de compradores e muito mais. A compra automática ou preditiva é algo que já se verifica, permitindo a programação de compra quando o produto volta a estar em stock ou o envio de uma lista de produtos que poderão ser do interesse do colaborador. Com toda a informação que a loja recolhe sobre o consumidor, pode por exemplo enviar-lhe um  voucher personalizado sobre os sapatos que andou a pesquisar há 20 minutos.

Ainda neste ano, a instituição  Salmon realizou um questionário que revelou que mais de metade dos consumidores do Reino Unido (UK) estão prontos para adotar o comércio programático nos próximos dois anos. Esta programação irá permitir que dispositivos conectados façam compras pelos seus consumidores. 49% dos consumidores do UK reportam que a tecnologia digital ‘tornou o processo de compra mais rápido’, o que indica uma prontidão para a compra automática – levando o retalho para uma nova era.

O que é esperado, como mínimo, é um produto excelente. Mas os retalhistas estão a aperceber-se que já não podem tratar o espaço de retalho como apenas um ponto de venda. A conexão emocional que temos com as marcas faz com que estas fiquem mais fortes, pelo que têm de se preocupar menos com a conversa de venda e mais com a conversão das pessoas em  embaixadores da marca. O futuro do retalho implica a evolução dos pontos de venda para centros de emoções dos consumidores. Por exemplo, a loja de Tokyo da Adidas tem cacifos e duches para alugar- perfeito para o final de uma corrida. O futuro do retalho encontra se na combinação da loja como ponto de venda e um espaço semelhante a um museu!

[1] http://www.business2community.com/fashion-beauty/30-shocking-figures-facts-global-textile-apparel-industry-01222057#RUeZ40ZqEqK6lv0k.97

 

 

 

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