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A plataforma lusa que introduziu o ecommerce no Facebook

Por a 20 de Dezembro de 2016 as 15:05
Paulo Solinho Barbosa, CEO da Facestore

A primeira empresa a permitir vender produtos diretamente através do Facebook é portuguesa. Lançada em maio de 2013, a Facestore trouxe o ecossistema de compra online para as redes sociais e já ajudou a criar mais de 25 mil lojas.

As lojas online criadas através da Facestore contabilizam cerca de 6,5 milhões de transações. Paulo Solinho Barbosa, CEO (chief executive officer) da empresa, revela em entrevista as vantagens da plataforma lusa que este ano iniciou a internacionalização.

Como funciona a Facestore

A Facestore nasce para resolver uma lacuna no mercado: permitir às empresas vender diretamente produtos e serviços aos seus seguidores da página de Facebook e de outras redes sociais, como o Instagram e o Pinterest, mesmo que ainda não disponham de uma loja online. Os serviços que a plataforma disponibiliza, que contemplam também a abertura de lojas online e mobile de domínio próprio, são suportados por um backoffice que faz a gestão centralizada da atividade em todos os canais de venda online. No backoffice o utilizador tem acesso a diversas informações como vendas, gestão de clientes, pagamentos, produtos, inventário, encomendas, estatísticas de visitas e campanhas de marketing, entre outras.

Como surgiu a ideia de criar a plataforma?

Antes do lançamento desta plataforma, as vendas dentro do Facebook eram feitas através de mensagens privadas entre clientes e páginas empresariais. Não fazia sentido. Para comprar um determinado produto, o consumidor tinha que mandar uma mensagem privada ao vendedor para definir quantidades, morada de entrega, meios de pagamento e outras condições que podiam ser facilmente selecionadas numa plataforma de ecommerce.

Neste sentido, vimos no facto de o Facebook ser um App Center [depósito de aplicações móveis] a oportunidade de desenvolver uma aplicação nativa para a rede social. O objetivo era que, através de um processo fácil, cada empresa presente nesta rede social pudesse vender diretamente aos seus seguidores.

Sabíamos também que seria uma ferramenta através da qual seria muito fácil as empresas lançarem novos produtos e receberem imediatamente “feedback” dos consumidores, materializado sob a forma de encomendas. O sucesso de um negócio pode assim ser avaliado sem os custos avultados de investir numa loja online de raiz.

_u7a6921Qual foi o investimento inicial neste projeto?

Começamos com um investimento inicial de 100 mil euros. Demoramos cerca de dois anos a desenvolver toda a infraestrutura. A solução foi montada de raiz para ser rapidamente escalável à medida que entrássemos em novos mercados. Na equipa inicial estiveram envolvidas oito pessoas.

É possível criar a loja e começar a vender do dia para a noite?

Sim. A criação da loja é um processo imediato, ficando desde logo disponível na página Facebook, no canal mobile e num domínio de internet, se assim o cliente pretender. Depois, depende de cada empresa a inserção dos produtos a colocar à venda. E esse processo pode ser feito numa hora, num dia ou numa semana, consoante a quantidade de produtos que cada empresa tem em catálogo. A redução do “time to market” face à implementação de uma loja online através de outras soluções, ou de raiz, pode ser superior a 90%, pois a Facestore responde à grande maioria das necessidades das empresas que entram no ecommerce. O desenvolvimento de uma solução feita “à medida” demora muito tempo, podendo chegar a um período superior a um ano.

As empresas que já tenham um negócio online podem integrar a loja existente na plataforma?

Sim. A plataforma disponibiliza uma API [Application Programming Interface – Interface de Programação de Aplicações] que facilita a integração de soluções já existentes. Permite expandir o negócio a novos canais e centralizar toda a gestão num único e intuitivo sistema de backoffice.

Medir conversão das campanhas em vendas

Que mais-valias garante pelo facto de estar associada a uma das maiores redes sociais do mundo? 

As ferramentas do Facebook são extremamente poderosas para qualquer negócio. Permitem segmentar clientes, com uma precisão que mais nenhuma solução oferece, e vender para todo o mundo. O acompanhamento dos resultados que é possível extrair, através do Pixel de Conversão [sistema de rastreamento da atividade dos utilizadores], permite às empresas medir exatamente as vendas que obtêm com a Facestore quando realizam campanhas naquela rede social.

A ferramenta potencia a estratégia omnicanal dos retalhistas, trazendo mais consumidores do online para a loja física e vice-versa? 

A ferramenta ajuda a uma estratégia omnicanal porque alarga a presença dos retalhistas nos meios digitais conferindo uma maior exposição. As empresas têm também à disposição na plataforma ferramentas de marketing que ajudam os gestores a criar campanhas direcionadas a “targets” específicos como, por exemplo, os seguidores da marca que usufruem de ofertas exclusivas. A relação físico-online sai seguramente reforçada quando o retalhista adota uma estratégia global e coerente em todos os meios nos quais está presente.

Qual o custo para abrir uma loja

Os custos dependem do plano pretendido. Temos três ofertas: loja no Facebook, loja mobile e loja online. Os planos, mensais ou anuais, são de acordo com os canais de venda. Pode, por exemplo, vender através da página Facebook com uma mensalidade de 14,99 euros.

Que tipos de pagamentos estão disponíveis?

Trabalhamos com os principais gateways de pagamento, como Visa, Mastercard, American Express, Paypal, Multibanco e MB Way, mas temos novas integrações a serem anunciadas para muito breve.

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Quem suporta o esforço logístico? 

Estamos numa fase muito avançada de negociações com os principais “players” para que todo o processo logístico fique integrado de raiz na Facestore. O que trará inúmeras vantagens para as empresas, que passam a gerir num único sistema todas as encomendas e expedições, e para os utilizadores, que têm a garantia de que as suas compras lojas.

Quantas lojas ajudaram a abrir?

Mais de 25 mil, maioritariamente portuguesas.

Como descreve estas empresas?

São empresas que já têm uma estratégia de ecommerce e podemos categorizá-las como médias empresas – pontualmente grandes -, algumas delas com equipas já dedicadas para as vendas online. Contudo, começamos a verificar que as pequenas empresas começam a entrar no comércio online e procuram a nossa solução pelo facto de poderem rapidamente testar a viabilidade dos seus negócios, sem que isso signifique um grande investimento inicial.

Investimento de 500 mil euros para entrar no Reino Unido

O objetivo da solução é chegar às 300 mil lojas online a funcionar até 2020. Qual a estratégia para atingir a meta?

Queremos estar presentes em todos os continentes. O investimento é calculado de forma faseada e por país. Para já, prevemos um investimento inicial de 500 mil euros para entrar no Reino Unido, iniciando assim o processo de internacionalização.

Como se concretiza o plano de internacionalização?

O plano de internacionalização depende do mercado. Nos mais maduros, como o do Reino Unido, queremos estar presentes com instalações e equipa de vendas e marketing própria, enquanto noutros podemos estar presentes por via de representação de um parceiro local.

Os próximos passos passam pela entrada nos serviços, com a venda online de bilhetes reserva de hotéis e inscrição em eventos e conferências, entre outros. Porquê estes setores?

Os bilhetes representam um mercado muito interessante e, não tendo sido uma das nossas constatações imediatas, fomos recebendo muitos pedidos de clientes que pretendiam usar a plataforma para vender bilhetes. Alguns deles já o fizeram como foi o caso do Rally de Portugal para vender as entradas para as etapas mesmo não estando a Facestore 100% preparada para funcionar como uma bilheteira, mas vendiam como se de um produto se tratasse.

Qual o investimento a curto prazo

Prevemos um investimento de 50 mil euros para cumprir o Product Roadmap [plano de gestão de progresso do produto no mercado] que temos pela frente para os próximos seis meses.

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