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80% da produção de Vinhos do Algarve é consumida na região

Por a 21 de Novembro de 2016 as 12:18

Falámos com os presidentes das principais comissões vitivinícolas do País para fazer um balanço da produção na campanha 2016-17, da evolução das exportações e dos orçamentos para promoção em Portugal e no estrangeiro. Publicamos hoje a entrevista com Carlos Gracias, Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA)

Qual a produção estimada para a região na atual campanha? Qual a evolução face à colheita de 2015?

Atualmente, somos a CVR mais pequena do País, quer em volume quer em estrutura, pretendemos que os “Vinhos do Algarve” se afirmem essencialmente pela qualidade.

A produção total estimada para a atual campanha, poderá rondar um milhão de litros de vinho, que corresponde a uma ligeira quebra em relação a 2015 (1,2 milhões de litros).

Relativamente ao volume de negócios e tendo em conta o único indicador que controlamos, ou seja, o número de selos de garantia levantados pelos operadores, podemos afirmar que 2016 ultrapassou todas as espectativas e obteve um aumento, na ordem dos 30%, constituindo um volume recorde de receitas.

Estamos a caminhar na direção certa e de forma sustentada, imprimimos uma dinâmica muito própria que se revela, por exemplo, na forma empenhada com que atualmente estamos a aumentar a produção de vinhos regionais brancos e rosados, em linha com as necessidades da região. A grande atratividade turística do Algarve e o seu clima, imprimem uma grande apetência pelo consumo de produtos vínicos frescos e leves.

Qual o valor da exportação da região em volume e em valor? Qual a percentagem de produção exportada?

Registamos com agrado que cerca de 80% da nossa produção é consumida na região, mas confessamos também que gostaríamos de ter uma maior vocação exportadora.

O volume exportado ronda os 15% da produção anual e destina-se a mercados de “nicho”. O mercado interno [Comunidade Económica Europeia] é o nosso mercado por eleição e para o qual são realizadas mais de 80% das expedições. Temos ainda exportações pontuais para vários continentes, nomeadamente África (Angola), Ásia (China), América do Norte (EUA e Canadá).

Qual a quantidade de vinho certificada em 2015? Qual a previsão para este ano?

Em 2015, entre Vinho Regional Algarve (IGP) e Vinho DOP Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira, certificamos cerca de 700 mil litros de vinho. Para 2016, estamos a prever ultrapassar a fasquia de 1.000.000 de garrafas introduzidas no mercado.

Qual o orçamento para a promoção da região este ano? Como deverá evoluir o orçamento para 2017?

Conforme já afirmei, e apesar de sermos uma região com enormes potencialidades para a produção vitivinícola, nomeadamente ao nível da qualidade, ainda temos pequenos volumes que levam à existência de uma Comissão com limitados recursos financeiro.

Não baixamos os braços, temos ido à luta e através de candidaturas a diferentes programas, temos financiado as nossas ações de promoção, nomeadamente ao Eixo 1 do IVV (Instituto do Vinho e da Vinha) para a Promoção Genérica.

O Programa de Promoção dos Vinhos do Algarve para 2016 tinha uma dotação financeira na ordem dos 25 mil euros e será totalmente executado. O mercado nacional fica com a maior fatia e são promovidas ações que vão desde a publicidade até à participação em feiras e eventos. A promoção nos mercados internacionais ainda é muito ténue e prende-se com a realização de missões inversas com jornalistas e críticos de vinhos e com a participação numa feira internacional.

Para 2017, vamos tentar ser um pouco mais ambiciosos e pretendemos promover um grande evento nacional e reforçar a promoção externa.

Que iniciativas estão pensadas para a próximo ano em matéria de promoção e comunicação da região e dos seus néctares?

Na sequência das referidas candidaturas a fundos, vimos aprovado um projeto “Algarve Wines & Spirits”, ao abrigo do PDR2020 programa SIAC – Qualificação (CRESC ALGARVE 2020), a desenvolver no decorrer dos anos de 2016 e 2017, e que irá financiar a instalação de um Laboratório de Enologia, o desenvolvimento de um programa informático para gestão do processo de certificação, implementação do processo de certificação do Medronho do Algarve IGP, para além de estudos sobre a região, quintas e adegas, seminários e assessoria de comunicação.

Os referidos estudos sobre a região, quintas e adegas, culminarão numa publicação, que servirá para promover e divulgar a Região Vitivinícola do Algarve e os seus Produtores.

Quais as castas estrela da região?

Na reconversão levada a efeito na década de 2000, foram utilizadas as melhores castas nacionais e internacionais produtoras de grandes vinhos, bem adaptadas à região que potenciaram o acréscimo de qualidade. A par deste processo, as castas autóctones não foram esquecidas, sendo instaladas em quase todas as novas plantações, nomeadamente as castas brancas como a “Moscatel”, “Crato Branco/Síria” ou o “Arinto”, assim como a nossa maior estrela, a “Negra Mole” considerada uma das mais antigas castas nacionais, que está confinada ao território do Algarve e que poderá dar origem a vinhos diferenciadores e característicos da região.

 

 

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