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Quase metade dos portugueses está disposto a optar por proteínas vegetais em alternativa à carne

Por a 7 de Setembro de 2016 as 11:42

Desde o início da crise económica, 70% dos portugueses alteraram os seus hábitos de consumo, concluiu um estudo promovido pela Missão Continente, iniciativa de responsabilidade social dos hipermercados da Sonae, com coordenação científica do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.

Em matéria de consumo sustentável e alimentação, o estudo procurou perceber quais os impactos da crise no consumo e alimentação dos portugueses. Além das promoções, 35% dos portugueses passou a optar por produtos mais baratos, 31% a frequentar menos restaurantes e 30% a comprar produtos de marca própria. As marmitas no trabalho (14%) e o cultivo próprio de legumes (11%) foram outras alternativas mencionadas pelos inquiridos. Mesmo assim, 3 em cada 10 portugueses afirma não ter alterado os hábitos de consumo.

Mesmo com o aumento da preocupação com as economias domésticas da maioria, o estudo demonstrou que os portugueses continuam a valorizar a qualidade e a origem dos alimentos. Quando questionados sobre os critérios fulcrais para a compra de produtos alimentares, 86% dos inquiridos afirmou valorizar a frescura e um preço justo, 79% o prazo de validade e 63% os produtos nacionais.

Créditos: greenme.com.br

Créditos: greenme.com.br

Principais preocupações alimentares

Os portugueses foram também questionados sobre as suas principais preocupações alimentares: 77% refere o desperdício alimentar, 76% a contaminação por bactérias como a salmonela, 74% o potencial cancerígeno das carnes processadas e 72% a presença de Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

Para combater o desperdício alimentar – a principal preocupação dos portugueses – os inquiridos querem informação mais clara sobre prazos de validade (53%) e clarificação dos diferentes tipos de validades existentes (41%). Receitas para aprovisionamento dos excessos (39%) e dicas sobre as formas de conservação e armazenagem dos produtos (38%) são também soluções apontadas.

Relativamente à predisposição para adoção de práticas alimentares alternativas, quase metade  dos portugueses (45%) está disposto a optar por proteínas vegetais como grão, feijão e soja, em alternativa à carne. Outras alternativas mais arrojadas são apontadas por 20% dos portugueses como optar por carne de animais clonados ou até ingerir insetos e minhocas processados (19%).

O que os portugueses pensam sobre eles próprios

Luís Moutinho, CEO Sonae MC

Luís Moutinho, CEO Sonae MC

O “Primeiro Grande Inquérito sobre Sustentabilidade” pretende traçar um retrato da sociedade portuguesa em matérias de consumo sustentável, alimentação, ambiente, investimento e políticas públicas. O estudo foi apresentado a 06 de setembro, no auditório do ICS em Lisboa, num evento que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes e do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva

Para o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “a primeira palavra a este inquérito é de elogio. Quer saber-se o que os portugueses pensam sobre eles próprios e essa informação, tratada cientificamente, é muito interessante. Este tipo de trabalho não é só um retrato do País, é um catalisador do futuro dos portugueses. Temos de complementar  a perspetiva económico-financeira com uma perspetiva sociocultural, permanente. É  da simbiose das duas que resulta aquilo que precisa o País”.

Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, diz, por sua vez, que “é importante perceber como é que os portugueses veem o seu futuro e o do País e quais as suas prioridades para que possamos garantir um futuro mais sustentável. Esta é a razão principal pela qual entendemos realizar o inquérito”.

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