Ahold Delhaize negoceia com fornecedores condições que vão contra a “The Supply Chain Initiative”

A recém-criada retalhista Ahold Delhaize está a negociar com os principais fornecedores internacionais o pagamento de um “bónus de integração” e novas condições de compra com efeito retroativo.

A retalhista que surgiu da convergência entre os grupos europeus Ahold e Delhaize está a rever contratos com cerca de 100 dos principais fornecedores de marcas internacionais para obter condições de compra mais favoráveis. Segundo a publicação holandesa Distrifood, citando fontes dos fornecedores evolvidos nas negociações que estão a decorrer à porta fechada, a cadeia pretende que as novas condições sejam aplicadas retroativamente, isto é, com efeito a partir do passado dia 1 de janeiro de 2016.

Isto implicaria que os fornecedores pagassem de uma só vez um montante que colmatasse as diferenças entre as condições de compra praticadas com a Delhaize, na Bélgica, e com a Ahold, na Holanda, desde o início do ano. De acordo com o portal belga Gondola, o grupo com origem na Bélgica pagou “durante anos” mais 15% aos fornecedores do que a cadeia de supermercados operada pelo grupo holandês, a Albert Heijn.

Além disso, o grupo que emerge da fusão entre os dois operadores quer exigir o pagamento de um “bónus” de integração aos fornecedores internacionais.

Citado pela mesma fonte, Walter Gelens, CEO (Chief Executive Officer) da associação de produtores de marca da Bélgica e do Luxemburgo – a BABM – considera que “as condições exigidas contradizem os princípios de boas práticas nas relações comerciais, acordados na iniciativa europeia The Supply Chain Initiative”, que envolve retalhistas e produtores da União Europeia.

No entanto, até ao momento nenhuma queixa formal foi ainda apresentada, diz o responsável, lembrando que “as informações para já não são oficiais e é ainda difícil antecipar a estratégia que a Ahold Delhaize pretende seguir em termos de variedade, preço ou promoção”.