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Investimento em imóveis de retalho na Europa recua 22% no 2º trimestre

Por a 19 de Agosto de 2016 as 14:18

O investimento imobiliário na Europa totalizou durante o segundo trimestre de 2016 um volume de 54 mil milhões de euros. O que traduz um aumento de 2,5% face ao primeiro trimestre do ano e uma queda de 18,8% comparando com os 66,6 mil milhões de euros investidos em ativos imobiliários nos países europeus no segundo trimestre do ano passado.

“Muito embora tenha ficado aquém do segundo trimestre de 2015, o investimento no imobiliário europeu mostrou-se forte entre abril e junho deste ano”, explica em comunicado a consultora imobiliária CBRE, que revelou os  resultados do mercado imobiliário europeu no último trimestre. “Apesar de alguma incerteza no Reino Unido depois do referendo sobre a União Europeia [UE], a confiança manteve-se sólida noutros mercados europeus e os níveis de investimento revelaram-se estáveis numa comparação anual”.

No segundo trimestre do ano, o segmento de escritórios representa a maior fatia do investimento imobiliário na UE, que ascendeu a 23 746 milhões de euros, um decréscimo de 8% face ao mesmo período do ano passado. Seguem-se os ativos destinados ao retalho, se absorveram um investimento de 12 998 milhões de euros entre abril e junho, uma queda de 22% face aos 16 648 milhões conquistados no segundo trimestre de 2015,

Em Portugal, segundo a consultora, foram investidos 1 050 milhões de euros em ativos imobiliários comerciais no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período em 2015.

Nos últimos quatro trimestres, terminados em junho deste ano, o investimento imobiliário na UE (incluindo o Reino Unido) atingiu os 256 502 milhões de euros, uma evolução negativa de -2%, comparando com o valor de cerca de 261 mil milhões atingidos nos 12 meses anteriores.

O Reino Unido permanece o mercado mais fortes, ainda que tenha sofrido um decréscimo de 24% nos últimos dois semestres. Entre o início do mês de julho de 2015 e final de junho deste ano, o país que votou para a saída da UE recebeu 76 190 milhões de euros em investimento imobiliário, face aos 100 448 milhões injetados nos 12 meses anteriores. Ainda assim, “a recente depreciação da libra esterlina, juntamente com os juros baixos, atraiu a atenção de investidores estrangeiros”, no segundo trimestre deste ano, diz a CBRE.

A Alemanha representa o segundo maior mercado, tendo recebido 48 830 milhões de euros nos últimos dois semestres, uma evolução de 10% face ao período homólogo. O mercado alemão mostra “uma descida nos níveis de investimento neste último trimestre, muito provavelmente relacionada com a falta de stock nos mercados principais, que influenciou o valor total da Europa. O imobiliário core na Alemanha continua a ser visto como um ‘porto de abrigo’ para os investidores”, explica a consultora.

Os volumes de investimento em França e na Suécia, terceiro e quarto maiores mercados, destacam-se pelos crescimentos de 32% e 20% no último ano, respetivamente. A França totalizou os 27 459 milhões de euros e a Suécia recebeu um total de  16 963 milhões de euros em investimento em ativos imobiliários.

A consultora sublinha o desempenho dos mercados da Irlanda, que atingiu o “valor recorde” de 2,3 mil milhões de euros em negócios de imobiliário comercial no segundo trimestre de 2016, “mais do dobro do mesmo período no ano passado”, e da Polónia, que obteve 1,5 mil milhões de euros investidos no segundo trimestre, “valor três vezes superior ao registado no mesmo período do ano passado”.

“Muito embora os investidores tenham reagido de forma cautelosa ao Brexit, os princípios do mercado mantêm-se fortes e os investidores continuam a beneficiar de níveis significativos de capital para investirem. A incerteza significa que muitos investidores vão esperar para ver a forma como o mercado se desenvolve antes de decidirem agir. No entanto, existe um espírito de confiança numa altura em que entramos num ambiente político mais estável e em que há sinais de que o mercado está a responder de forma positiva”, explica Jonathan Hull, Managing Director de Investimento, da CBRE EMEA (Europa, Médio Oriente e África).

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